Celulares chineses eram vendidos com vírus que rouba dinheiro.
26/08/2020 14:25 em Mundo

Celulares chineses de baixo custo vinham com vírus que usa o pacote de dados e rouba dinheiro por meio de serviços pagos contratados sem o conhecimento do usuário. O problema vinha acontecendo com o smartphone Tecno W2, vendido majoritariamente em países africanos. Os aparelhos chegavam aos consumidores com os malwares Triada e xHelper instalados de fábrica, causando problemas que não eram resolvidos nem mesmo restaurar o dispositivo aos padrões de fábrica. Casos de Tecno W2 infectado foram registrados na África do Sul, Etiópia, Camarões, Egito e Gana, além da Indonésia e Mianmar, na Ásia. O smartphone é fabricado pela companhia chinesa Transsion. As informações foram divulgadas pela plataforma Secure-D e pelo BuzzFeed News. O Tecno W2 chama a atenção pelo baixo custo. Com preço de US$ 30 – o que dá por volta de R$ 170 –, ele tem como público-alvo os consumidores com baixo poder aquisitivo, o que contribuiu para aumentar a polêmica. O smartphone vinha de fábrica com dois malwares que baixavam aplicativos silenciosamente e assinavam serviços pagos sem consentimento do usuário. Compradores se deparavam com contas inesperadas e excesso de uso do pacote de dados. Além dos problemas esperados de um malware, o Triada e o xHelper se destacam por não serem removidos quando o celular é restaurado aos padrões de fábrica.

De acordo com a Secure-D, 844 mil transações fraudulentas foram bloqueadas entre março e dezembro de 2019. O diretor administrativo da empresa, Geoffrey Cleaves, conta que a Transsion representa apenas 4% do tráfego dos usuários na África, mas é responsável por mais de 18% de todos os cliques suspeitos no continente. A Transsion atribuiu a responsabilidade pelos malwares maliciosos a um fornecedor não identificado no processo da cadeia de suprimentos. Ela afirmou ainda que realizou correções para Triada em março de 2018 e xHelper no final de 2019, o que parece não ter funcionado, já que a Secure-D garante ter bloqueado os programas até abril de 2020.*G1

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