A Justiça de Barcelona aceitou nesta quarta-feira o pedido de liberdade provisória feita pela defesa do ex-jogador brasileiro, condenado na Espanha, em fevereiro deste ano, por estupro de uma mulher dentro do banheiro de uma boate. A liberdade provisória concedida mediante ao pagamento de fiança vale enquanto não foi dada uma sentença definitiva.

O g1 procurou a assessoria de Neymar e seu pai, que informou que não vai falar sobre o caso: "No momento não temos comentários a fazer sobre o assunto".

Segundo o jornal catalão "El Periodico", pessoas ligadas a Daniel Alves afirmam que a defesa não esperava uma cifra tão alta para a fiança. Por esta razão, os advogados estariam recorrendo a familiares e amigos, e o pai de Neymar teria sido um dos contatados - ele já havia cedido a Daniel Alves os 150 mil euros de indenização à vítima, que resultaram na diminuição da pena em primeira instância.

A advogada da vítima, por sua vez, se disse "surpresa e indignada" com a decisão da Justiça de colocar o ex-jogador em liberade condicional mediante o pagamento de fiança. Para ela, "está sendo feita justiça para os ricos".

Em fevereiro, Alves foi condenado a quatro anos e meio de prisão pelo crime de agressão sexual -- ele foi acusado de estuprar uma mulher em uma boate em Barcelona. A defesa recorreu da sentença e, na sequência, pediu para que o brasileiro aguardasse a deliberação final em liberdade.

Na decisão desta quarta-feira que concedeu liberdade provisória a Daniel Alves, os juízes determinaram ainda, que todos os passaportes de Daniel Alves -- o brasileiro e o espanhol -- sejam recolhidos.

A sentença também determinou que:

• Ele é obrigado a manter uma distância de pelo menos 1 quilômetro da residência da vítima, de seu local de trabalho ou de qualquer outro lugar frequentado por ela -- a jovem é de Barcelona e também vive na capital catalã;
• Daniel Alves não pode tentar se comunicar com a denunciante através de nenhum meio;
• Não pode deixar a Espanha;
• Deve comparecer semanalmente ao Tribunal de Barcelona ou quantas vezes lhe for solicitado.

A sentença de fevereiro que condenou Daniel Alves por estupro determinou como pena somente a metade dos nove anos de prisão que a Promotoria espanhola pedia -- a acusação havia pedido a pena máxima nesses casos, de 12 anos.

O tribunal, no entanto, determinou quatro anos e meio de prisão porque aplicou ao ex-jogador um atenuante pelo fato de o jogador ter pago, antes da sentença, a quantia de 150 mil euros (R$ 801,2 mil) à vítima. O montante, determinado em uma sentença provisória anterior, expressou, segundo o tribunal, "uma vontade reparadora".