Tanto em Conceição do Jacuípe, quanto em Feira de Santana, Bolsonaro apareceu sem máscara, contrariando o decreto estadual que determina o uso obrigatório. O presidente não falou com a imprensa, mas cumprimentou apoiadores nos locais.
Bolsonaro estava acompanhado dos ministros de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e Cidadania, João Roma, que colocaram as máscaras antes de subir no palanque. Durante as falas ao microfone, no entanto, ambos ministros tiraram a proteção.
Ao subir no palco para começar o evento de entrega, o presidente colocou uma máscara. Na hora de sua fala, voltou a tirar o acessório.
O trecho entregue pelo presidente é de 22 km e faz parte da duplicação da rodovia federal. A BR-101 é uma das principais do país e é considerada translitorânea por cortar quase todo o litoral leste brasileiro.
Ao todo, o Ministério dos Transportes prevê a duplicação e revitalização de mais de 649 km de rodovia. Essa adequação é executada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Somente na Bahia, o projeto prevê a duplicação de 169,2 km de rodovia.
A BR-101 é rota de escoamento da agroindústria canavieira e indústrias em geral, além do turismo intrarregional e nacional.
Confira nota do Sinjorba na íntegra:
Xingamento de Bolsonaro à jornalista da TV Aratu revela imaturidade e traço autoritário
O Sinjorba (Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia) lamenta mais uma vez ter que emitir nota para criticar o comportamento do presidente da República, Jair Bolsonaro. Mas não pode deixar de manifestar seu repúdio ao xingamento proferido por ele contra a jornalista Driele Veiga, da TV Aratu, chamada de “idiota” somente por estar exercendo seu ofício que é entrevistar aquele investido em cargo público.
Durante a inauguração de um trecho da BR-101, na Bahia, na manhã desta segunda (26), a repórter perguntou ao presidente sobre uma postagem feita por ele na qual aparece segurando uma placa com a expressão CPF CANCELADO, frase normalmente utilizada por bandidos e/ou agentes de segurança (que não compreendem seu papel público) para se referir a quem morreu em confrontos.
O xingamento, na opinião do presidente da entidade, Moacy Neves, revela o traço imaturo e autoritário de Bolsonaro, que não consegue conviver com a crítica, com o contraditório, com a diferença e nem com a obrigação de conceder entrevistas e responder às perguntas dos jornalistas, principalmente se do outro lado estiver uma mulher. “É comum que pessoas imaturas e políticos autoritários ajam com grosseria, falta de educação e violência quando confrontados com seus erros e irresponsabilidades, aumentando o grau de irracionalidade quando se tratar de um homem e do outro lado estiverem as mulheres”, diz ele.
Para Moacy, o presidente Jair Bolsonaro mostra ser totalmente despreparado para exercer cargo público. “A maior autoridade do país não pode incentivar desrespeito aos direitos humanos e nem agir com grosseria com a imprensa, que é os olhos e a forma de comunicação entre os poderes e a sociedade”, diz o sindicalista. Este fato soma-se a centenas de outros ocorridos ao longo de pouco mais de dois anos de mandato, marcados por agressões dele e de seus seguidores aos profissionais do jornalismo e radialismo.
O Sinjorba solidariza-se com a jornalista Driele Veiga e conclama a categoria a se unir em torno da entidade para reagirmos com vigor diante dos abusos de algumas autoridades e seus seguidores contra a imprensa. “Mais do que nunca precisamos defender a democracia brasileira, ameaçada por títeres e viúvas da ditadura militar, que usam leis anacrônicas e os cargos que ocupam para intimidar o exercício da liberdade de imprensa e o ofício de seus trabalhadores”, conclui Moacy Neves.