Moradora de povoado na BA diz que local não tem energia elétrica há quase 16 anos e gasto mensal com velas ultrapassa R$ 50
13/04/2021 17:01 em Bahia

A aposentada Rita de Cássia Ribeiro revela gastar mais de R$ 50 por mês em velas pois o povoado de Riachinho, no sudoeste da Bahia e onde ela vive, a energia elétrica ainda não foi instalada. O povoado fica ao lado do distrito de Inhombim, há cerca de 70 km de Vitória da Conquista, a terceira maior cidade da Bahia.

 

"De noite tem que dormir cedo. Não pode ver nada. A luz, só [serve] mesmo para iluminar para fazer as coisas, fazer a janta", explicou a aposentada

 

Ainda de acordo com Rita, o local não tem energia há quase 16 anos. Por meio de nota, a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba) informou que precisa de mais informações sobre os usuários para que a companhia avalie a situação e envie técnicos à localidade.

No entanto, de acordo com os moradores, profissionais da Coelba teriam ido ao povoado para fazer medições há cerca de dois anos. Na ocasião, pontos onde seriam construídos postes de luz foram instalados.

Ainda segundo os moradores, na ocasião, há dois anos, os profissionais da companhia informaram que em 60 dias a instalação estaria pronta, o que, segundo a população, não ocorreu.

Quando surgiu a possibilidade da chegada de energia elétrica na região, Rita de Cássia até comprou eletrodomésticos.

 

"Tenho geladeira, televisão, desde quando prometeu ligar a energia, eu falei: 'eu vou comprar'. Aí estou até para vender para minha colega", comentou a aposentada.

 

Aposentada relata gastar mais de R$ 50 por mês em velas em povoado que não tem energia elétrica na BA — Foto: Reprodução/TV Sudoeste

Aposentada relata gastar mais de R$ 50 por mês em velas em povoado que não tem energia elétrica na BA — Foto: Reprodução/TV Sudoeste

O presidente da Associação dos Pequenos produtores, Paulino Magalhães, também falou da expectativa dos moradores quando foram informados da possibilidade da instalação de energia no povoado.

 

"Como eles mediram, todo mundo ficou com aquela esperança grande, alguns compraram televisão, outros geladeira, naquela esperança de que com 60 dias eles iam botar a rede de energia", comentou Paulino.

 

Os moradores ainda destacam que a falta de energia elétrica tem influenciado no abastecimento de água do povoado, já que as famílias dependem de um poço.

Porém, a bomba do poço, que era movida por um gerador à base de combustível, apresentou defeito. Os moradores não detalharam, no entanto, como isso aconteceu. A partir daí, um caminhão pipa da prefeitura tem ajudado no abastecimento de água para as famílias.

O produtor rural Pedro Celestino Paixão, conta que assim como os demais moradores, ele estava na expectativa de ter energia elétrica no povoado.

 

"Queremos energia para trabalhar, para o sustento e para manter a família. As escolas agora estão tudo online, os nossos aqui estão passando dificuldade, porque não tem como fazer o trabalho escolar, porque não tem energia", relatou o produtor.

 

Segundo o produtor, é complicado trabalhar sem eletricidade. diante da situação, ele investiu em uma placa de energia solar, assim como alguns moradores da região. No entanto, quando o tempo fecha, a lâmpada fica acesa por pouco tempo.

 

"Fica difícil, porque a gente consegue até tirar [o leite], mas não tem como guardar para poder produzir o queijo, porque se produz em alta escala não tem para quem vender, não tem como armazenar. Então essa é a dificuldade nossa", explicou Pedro.
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