Cinco dos 14 hospitais de Salvador, entre públicos e particulares, que atendem pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), estão com 100% de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para adultos em tratamento da Covid-19. As unidades são:
- Hospital Português;
- Hospital de Campanha Itaigara Memorial;
- Maternidade Prof. José Maria de Magalhães Neto;
- Hospital do Subúrbio;
- Hospital Municipal de Salvador.
Outras quatro unidades médicas que atendem o SUS estão com estado crítico de ocupação, a partir de 80%, são elas: Hospital Sagrada Família (93%); Instituto Couto Maia (83%); Hospital Geral Ernesto Simões Filho (80%) e o Hospital Evangélico da Bahia (80%).
A capital baiana fica na macrorregião leste da divisão de Saúde, onde a taxa geral de ocupação é de 82%, de acordo com informações da Central Integrada de Comando e Controle da Saúde, atualizadas às 11h35 desta terça. Enquanto a média dos leitos de UTI adulto é de 83% de ocupação, os pediátricos têm 82%.
No geral, a Bahia está com 80% de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) dedicadas ao tratamento da Covid-19, nesta terça-feira (23).
Em algumas regiões com situação crítica, como a região sanitária Nordeste, que tem 100% de ocupação de leitos de UTI para adultos e pedriátricos, o percentual geral pode cair por causa dos índices de leitos clínicos. Confira abaixo detalhamento por região.
Percentual de ocupação de leitos de UTI por região sanitária de Saúde na BA
| Região |
Adultos |
Pediátricos |
Geral |
| Centro leste |
91% |
89% |
71% |
| Centro norte |
55% |
55% |
25% |
| Extremo sul |
80% |
80% |
57% |
| Leste |
82% |
81% |
79% |
| Nordeste |
100% |
100% |
50% |
| Norte |
72% |
72% |
32% |
| Oeste |
46% |
46% |
35% |
| Sudoeste |
83% |
83% |
59% |
| Sul |
83% |
82% |
79% |
- Na região centro leste, o destaque é para Feira de Santana, que tem taxa geral de ocupação em 81%. No caso dos leitos de UTI para adultos, o percentual é de 89%, já os pediátricos estão em 85%.
- Entre as cidades da região sanitária do extremo sul, o destaque fica para Eunápolis que tem 85% de ocupação, também para os dois tipos de leitos de UTIs: adulto e pediátrico.
- Na região leste, Camaçari também têm números impactantes. O Hospital Santa Helena também atingiu os 100% de ocupação para adultos e não tem UTI pediátrica.
- Na região de saúde nordeste, Alagoinhas também registra 100% de ocupação nos leitos de UTI para adultos, assim como nos leitos pediátricos.
- Apesar de ter ocupação geral de 32%, a região sanitária norte tem destaque para Juazeiro, com os leitos de UTI de um hospital lotados e de outro em 80%.
- O oeste é a região que menos preocupa e não tem toque de recolher. Por lá, a taxa geral de ocupação é de 35%, sendo: 46% para os dois tipos de leitos de UTIs: adulto e pediátrico.
- O centro norte é a segunda região que preocupa menos nesse momento. Por lá, a taxa geral de ocupação é de 25%, sendo: 55% para os dois tipos de leitos de UTIs: adulto e pediátrico.
- Na região sanitária do sudoeste baiano, Vitória da Conquista é a cidade que mais preocupa: tem dois hospitais com 80% de ocupação dos leitos de UTI adulto e um terceiro com 85% – nesta unidade, a taxa de leitos de UTI pediátrico é de 100%.
- No sul da Bahia, a situação é muito complicada em Itabuna e Ilhéus. Ilhéus tem três hospitais em situação crítica para UTI adulto: 100%, 91% e 86% – nas três unidades não há leitos de UTI pediátrica. Em Itabuna, a situação é semelhante: uma unidade tem 100% de ocupação de leitos de UTI e outra tem 90%. Essas duas também não têm leitos de UTI pediátrica.
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Momento crítico
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A subsecretária de Saúde, Tereza Paim, avalia que Bahia vive um novo momento crítico da pandemia em uma nova onda de contaminação.
“Nós estamos mantendo uma taxa de ocupação de 80% e ela é muito crítica. É uma taxa de ocupação muito alta, onde a gente sabe que certamente algumas pessoas aguardam por leitos. No início da primeira onda, o pico nos trouxe a possibilidade de acolhimento. Nessa vez, nesse momento, com esse estágio crítico, é uma onda muito íngreme, é um pico", explicou ela.
Tereza detalha ainda que o aumento na ocupação dos hospitais é alto porque a procura por Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) é grande, assim como os gripários – unidades que fazem atendimento exclusivo de pacientes com sintomas gripais em Salvador.
"A quantidade de pessoas que procuram as unidades de pronto atendimento, e o que a gente chama de gripário, aumentou imensamente. Isso nos dá como dado o indicador de que o espalhamento do vírus está crítico, e por isso as pessoas estão se contaminando. Nessa manhã, nós temos mais de 150 pessoas aguardando o atendimento através da Central Estadual [de Regulação]".
"É como se a gente tivesse enxugando gelo: quanto mais pacientes a gente vai tirando, mais pacientes vão aparecendo e a gente tem que fazer esse acolhimento a todos os pacientes".