'O irmão só não morreu porque correu'
Muito abalado, o pai de Lucas, Luciano Souza Araújo, esteve no DHPP e falou sobre a situação. Ele contou ainda que o irmão da vítima, que também estava no bar, foi agredido pelo suspeito durante a discussão e escapou dos tiros porque correu.
"O irmão [de Lucas], meu outro filho, que foi quase ceifada a vida também. Porque o primeiro soco a ser desferido pelo acusado foi primeiro a meu filho que está vivo e ele está aqui para contar. Ele só não morreu porque ele correu, quando escutou os quatro disparos. Mas o irmão dele já estava morto. Executado friamente, por um suposto advogado", disse.
"Ao invés de ser um homicídio, a mídia poderia estar notificando e narrando duas mortes de dois filhos de um pai, que está aqui clamando por justiça".
Luciano falou ainda sobre a família do suspeito, José Geraldo, e voltou a questionar sobre a forma como a vida do filho foi tirada.
"Eu, como pai, estou aqui emocionalmente abalado com toda essa situação. Qualquer pai estaria assim, assumindo a minha dor nesse momento. Eu quero dizer que quem matou meu filho não foi um negro da periferia, uma pessoa que, só pela cor de ser negro, já é discriminado. Foi um cidadão de cor parda, um cidadão que a família pensou em investir nele, pensando ter um grande êxito dele. Mas ao contrário, ele fez isso e está corrompendo até a própria família, que investiu tanto nele desde criança".
"É isso que ele [suspeito] retribui à mãe e ao pai dele? Até mesmo ao advogado que está defendendo ele? E eu falo no sentido humano, todos nós um dia iremos morrer, porque somos filhos de Deus. Mas não da forma que meu filho faleceu".
O pai da vítima pediu apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e das entidades de Direitos Humanos.
"OAB, eu conto com vocês. Direitos Humanos, eu conto com vocês. Porque eu estou aqui me expondo. Eu sou um homem evangélico, e pelo pronunciamento desse filho meu caçula, vocês podem ter a noção do que é um filho criado no evangelho que tem princípio pelas palavras, e fala muito de Deus. Ele [filho que sobreviveu] não é bandido, assim como o que perdeu a vida também não foi [bandido]. É um trabalhador, tem uma profissão".