Empresária achada morta na BA disse para amiga que encontraria homem que lhe devia e estava apreensiva, diz polícia
22/01/2021 15:26 em Bahia

Uma amiga da empresária Gilvanete de Souza Nogueira, de 51 anos, achada morta na zona rural de Barra de Choça, no sudoeste da Bahia, contou em depoimento à polícia, que ela tinha dito que estava apreensiva e que encontraria um homem por causa de uma dívida.

Segundo a Polícia Civil, a investigação confirmou a suspeita de que a vítima foi morta por causa de uma dívida de R$ 15 mil que o suspeito tinha com ela. O homem, identificado como Everton Bruno dos Santos Miranda, foi preso na quarta (20).

De acordo com a polícia, o suspeito é dono de um comércio vizinho ao da vítima e já havia passado um cheque sem fundos para saldar a dívida. Após sair para encontrar ele, a empresária não deu mais notícias a família e a amiga.

Segundo informações do delegado Elvander Rodrigues de Miranda, do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco/Conquista), a família de Gilvanete Nogueira procurou a delegacia para registrar seu desaparecimento, após sair para encontrar um homem que lhe devia uma quantia.

O caso também foi investigado pela delegada Gabriela Garrido, da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam). Ela conta que investigações apontam que o comerciante tinha um relacionamento extraconjugal com a vítima e esse pode também ter sido um dos motivos para ele cometer o crime.

"Ele tinha um empréstimo com ela, porque ele usava o CNPJ da empresa dela para aferir mercadorias para loja dele, que ele também é comerciante, mas há fortes indícios de que ele também mantinha um relacionamento extraconjugal com a vítima. Deve ter havido algum tipo de desentendimento em relação a esse relacionamento junto com a dívida que eles possuíam que era cerca de R$ 15 mil e que culminou a ele fazer esse absurdo", revelou a delegada da Deam, Gabriela Garrido.O órgão também contou que policiais procuraram o homem, que disse ter dado uma carona a Gilvanete Nogueira e a deixado em uma determinada rua. Entretanto, a equipe do Draco levantou imagens de câmeras de monitoramento no trajeto descrito pelo suspeito e apurou que as informações eram falsas.

A prisão do suspeito foi solicitada à Justiça e após o cumprimento do mandado, os investigadores descobriram o local onde ele havia deixado o corpo da vítima.

Gilvanete Nogueira foi achada com marcas de agressão e estrangulamento por uma cadela farejadora da Polícia Militar. Ela é empresária em Vitória da Conquista, cidade a cerca de 30 km de Barra do Choça.

Gabriel Garrido informou que Everton Bruno pode pegar uma pena máxima de 30 anos de prisão.

 

"Vai ser concluído o inquérito em 10 dias, que ele está preso né, e vai ser julgado, encaminhado para a justiça e a justiça que vai dizer a pena do crime que ele cometeu, que é a pena máxima. Ele cometeu um homicídio qualificado, provavelmente um feminicídio com ocultação de cadáver, não contribuiu em nada para as investigações e a pena máxima para esse crime é de 30 anos", explicou a delegada.

Gilvanete trabalhou há mais de 15 em uma joalheria. Na porta do estabelecimento, homenagens com fotos da vítima foram feitas.

"A gente está em estado de choque, a palavra certa é essa, em choque. Uma pessoa que não tinha inimigo, uma pessoa assim, sem palavras. A gente não consegue explicar o sentimento que nós estamos sentindo aqui", disse a empresária Rose Sousa.

 
 
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