Empreendedor troca loja de praia em Salvador por máscaras a baixo custo durante epidemia do coronavírus.
Bahia
Publicado em 03/04/2020

O isolamento social provocado pelo coronavírus alterou a rotina da população soteropolitana, inclusive a do empreendedor Hélio Couto, que precisou fechar as portas da loja na Boca do Rio, em Salvador, e decidiu investir na confecção de máscaras para ajudar na prevenção da doença. Hélio e a esposa são donos de uma loja que vende artigos de praia. Bem próximo a ela, mantêm um ateliê onde as peças são confeccionadas. Com o decreto da prefeitura de Salvador que proíbe o funcionamento de lojas, Hélio Couto se viu obrigado dispensar uma funcionária e uma costureira, como ele contou ao G1: “O movimento caiu, ninguém estava entrando para comprar roupa de praia e acabou que nos encontramos em uma situação de desespero, sem saber o que fazer. Comecei a tomar algumas medidas, dispensei a funcionária da loja, pedimos a costureira para dar um tempo, que tinha dez dias conosco, para a gente respirar e ver o que ia fazer”, disse. O cenário caótico aguçou a criatividade de Hélio. Com o maquinário do ateliê à disposição, ele considerou ser uma boa ideia produzir máscaras. A intenção do empreendedor, entretanto, não é lucrar com a produção do material, tanto que ele vende a unidade a R$ 2,50. A ideia era pagar o salário da costureira que permaneceu trabalhando com ele, além de ajudar na proteção dos moradores do bairro, especialmente aqueles que estão no grupo de risco.

“Os idosos fazem fila aqui na porta”, confessou. A iniciativa chegou aos ouvidos dos moradores da região, o que fez com que a demanda aumentasse. Hoje, Hélio e a esposa trabalham apenas sob encomenda. Desde que iniciaram o trabalho, eles já produziram cerca de 3.000 máscaras. Em média, são 250 por dia.

Atento à importância da higienização para evitar o risco de contato e transmissão do coronavírus, Hélio Couto alerta sobre os cuidados que toma na confecção das máscaras.

“A gente trabalha com um ambiente higienizado completamente. A gente higieniza três vezes ao dia. Trabalhamos com álcool em gel em cima da mesa. Tudo o que a gente faz, passa álcool gel. E nossa costureira trabalha com luva”, disse. As máscaras são reutilizáveis. A recomendação é que, após o uso, elas sejam lavadas criteriosamente. Em seguida, devem ser submetidas ao ferro quente. Logo que se teve notícia dos primeiros casos da Covid-19 no Brasil e na Bahia, a recomendação das autoridades em saúde pública era para que as pessoas só usassem máscaras se apresentassem os sintomas da doença. Ao longo dessa semana, com o avanço do coronavírus, o governo do estado mudou a orientação e passou a estimular o uso das máscaras e até a fabricação das mesmas.*G1BAHIA — Foto: Hélio Couto/Arquivo pessoal

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