Ao menos cinco meses após denunciarem ter sido vítimas de contaminação por alumínio, durante hemodiálise em uma clínica de Salvador, pacientes renais relatam transtornos durante o tratamento para reduzir a taxa da substância no sangue e o impasse que enfrentam com a instituição de saúde. Uma audiência ocorrida na manhã desta sexta-feira (6) terminou sem nenhum acordo. A denúncia foi feita pelos pacientes ao Ministério Público do Estado (MP-BA) em outubro de 2019. Na ocasião, eles relataram que estavam com acúmulo de alumínio no sangue. O caso foi registrado na 18ª vara de consumo. Por causa dessa ação, pelo menos 18 pacientes fazem tratamento para amenizar os sintomas provocados pela contaminação. Entretanto, o que mais preocupou os pacientes é que de maio até outubro, quando foi feita a denúncia, outros 25 pacientes que faziam tratamento na clínica morreram. Altas taxas de alumínio no sangue podem provocar anemia, problemas ósseos, perda de memória, além de afetar o sistema nervoso e, em um caso mais grave, pode causar até a morte Na manhã desta sexta, ocorreu a quarta audiência no Fórum Ruy Barbosa, também na capital baiana, entre os pacientes e a clínica. Apesar disso, o encontro não levou a nenhuma decisão. Enquanto isso, os pacientes falam de como tem sido difícil o tratamento para a redução de alumínio. "Eu estou com os ossos doendo, minhas pernas estão ficando fracas. Estou com dores nas pernas. As vezes quando eu vou levantar eu tenho que ficar um bom tempo sentada, porque eu não consigo ficar em pé. Minhas pernas estão muio fracas", disse uma das pacientes. Uma outra paciente relatou que o tratamento é complicado e que fazer na rede pública de saúde é muito difícil. "Quando acontece alguma coisa nós não podemos ir para um hospital particular. Eles não encaminham, só para o Hospital Geral Roberto Santos (HGRS). A gente chega lá e sofre. A taxa de alumínio baixou, mas fiquei com doença óssea", pontuou. Conforme o advogado das vítimas, não há um acordo entre as partes. Além disso, ele cobra que a clínica ofereça um tratamento melhor para a redução do alumínio do corpo. "Até o presente momento, não temos um acordo factível. Pior que isso, nós estamos tendo um acompanhamento, segundo os nossos clientes, condizentes, uma vez que o tratamento é por demais agressivo e vem gerando efeitos colaterais muito graves. Os nosso pacientes vem exigindo que a clinica apresente um tratamento paralelo ao tratamento de desintoxicação com desferal, também amenizando os efeitos de toda a sequela do alumínio", disse. Por meio de nota, a clínica informou que ao tomar conhecimento do caso adotou as providências necessárias e que comunicou a situação aos órgãos reguladores. A clínica disse ainda que tem dado apoio psicológico, assistência social e toda despesa relacionada ao tratamento tem sido pago pela instituição.*G1BAHIA— Foto: Reprodução/TV Bahia