Mulher trans relata ter sido impedida de usar banheiro feminino em bar na Bahia: 'Transfobia explícita'.
Bahia
Publicado em 10/01/2020

Uma mulher trans relatou ter sido impedida de usar o banheiro feminino de um bar em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 km de Salvador, e acusa os funcionários de transfobia. O caso ocorreu na segunda-feira (6) e foi relatado pela vítima na quinta (9) para a TV Subaé, afiliada da TV Bahia. O nome do bar é 4 Estações e fica no bairro Feira VI. A vítima estava no local com uma amiga. Em entrevista, Cataria Paraguaçu conta que ficou surpresa ao ser abordada por um garçom e orientada a usar o banheiro dos funcionários. "Ao usar o banheiro, eu recebi uma notificação na mesa que eu estava, que uma cliente havia reclamado", disse. "Na segunda vez que eu fui tentar usar o banheiro, outro funcionário me interviu e falou que eu não poderia usar o banheiro, e que se eu quisesse, era para usar o dos funcionários, que segundo ele, era até mais limpo", completou. Após a vítima se recusar a usar um banheiro diferente das outras clientes do bar, o gerente do estabelecimento teria se aproximado e eles discutiram.

"Eu falei que não, que eu iria usar o banheiro feminino, já que eu era uma mulher também. Aí, o gerente do bar veio de forma arrogante e transfóbica. Transfobia explicita mesmo, já que ele se referiu à minha genitália, não só uma vez", contou.

Catarina conta que, durante a confusão, o gerente chegou a dizer que, para ele, ela era um homem. "Falando que eu deveria usar o banheiro masculino, porque, para ele, eu era homem, por causa da minha genitália". "E eu ainda bati boca com ele: 'Não, eu vou usar o banheiro feminino, que é garantido a mim por lei, e você está descumprindo a lei, e me desrespeitando também. Você está me constrangendo'. Nisso, estava saindo uma mulher cis do banheiro feminino, e eu perguntei a ela se minha presença lá incomodava. Ela falou que não. Ele tentou mudar o discurso, mas continuou sendo transfóbico", relatou a vítima. A jovem conta que ficou constrangida com a situação. Catarina diz ainda que é cliente do bar desde 2017, quando se mudou para Feira de Santana para estudar, e que nunca tinha passado por isso. "É a primeira vez que esse fato aconteceu comigo. Frequento lá desde que sou estudante aqui da Uefs (Universidade Estadual de Feira de Santana). Eu sou estudante daqui desde 2017 , e nunca um fato desse havia ocorrido comigo lá". Em contato com a reportagem da TV Subaé por telefone, os donos do bar informaram que estão viajando desde o início do mês, e que ficaram sabendo do que aconteceu pela repercussão do caso. Nas redes sociais, os donos do bar postaram um pedido de desculpas, lamentando o ocorrido, e dizendo que não são coniventes com nenhum tipo de discriminação. No texto, os empresários ainda dizem que medidas estão sendo tomadas. No entanto, essas medidas não foram detalhadas.*G1BAHIA  — Foto: Reprodução/TV Subaé

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