Sozinhos ou em grupos, amigos e familiares de Leonardo Santiago Moura, de 30 anos, que chegavam ao Cemitério Campo Santo, na manhã desta terça-feira (12), em Salvador, compartilhavam do sentimento de consternação. "Não me conformo", dizia em lágrimas a mãe do jovem morto após ser espancado ao sair de uma boate gay no bairro do Rio Vermelho. Abalada, Nádia Santiago preferiu não falar com a imprensa. O desespero, entretanto, era ouvido em frente à capela seis, onde o corpo foi velado durante a manhã. Sem inimigos, a família suspeita que o promotor de eventos tenha sido vítima de homofobia. No cemitério, o pai dava voz à indignação. "Ficou o vazio, a revolta de como foi. O buraco na família vai ficar para sempre", desabafou Antônio Fernando Moura. A lágrima contida embargava a voz de quem vai viver "com lembranças de uma alegria sem fim". Caso seja provado que o crime teve motivação homofóbica, Leonardo Moura é a 22ª vitima do crime de ódio contra gays no estado só neste ano. "