De acordo com o Ministério Público da Bahia (MP-BA), Ciro Alexandre Silva dos Santos, mais conhecido como Ciro Alê, está obrigado, durante os jogos do clube, a se apresentar, com antecedência mínima de duas horas do horário do evento, no Batalhão Especial de Policiamento de Eventos (Bepe), onde permanecerá até duas horas após o fim do jogo.
Conforme laudo médico, Ciro Santos gerou danos físicos e psicológicos na funcionária após quebrar a janela de vidro do guichê de atendimento em que ela trabalhava. Os estilhaços do vidro atingiram a face e o seio da vítima, causando ferimentos.
Também por determinação da Justiça, ele está proibido de se aproximar da residência e local de trabalho da funcionária, no limite mínimo de 200 metros, e de manter contato por qualquer meio de comunicação com ela.
Em nota divulgada nas redes sociais, o Bahia repudiou a ação e deu detalhes da confusão. Segundo o clube, um processo administrativo foi aberto contra o torcedor e medidas judiciais seriam tomadas para que ele respondesse criminalmente pelos atos.
Conforme o posicionamento do clube, Ciro se irritou após a mãe ter acesso negado ao estádio para assistir ao jogo do Bahia contra o Atlético-GO pela Libertadores, no dia 8 de dezembro de 2024. A idosa não fez o check-in, que é um dos requisitos do sistema de sócios para acompanhar as partidas.
Diante da situação, foi ofertada a compra de um ingresso pela metade do preço. Foi neste momento que a agressão aconteceu. Imagens feitas do guichê mostram o vidro despedaçado, após o soco dado pelo torcedor.
Depois do ataque, o homem foi levado para a delegacia da Arena Fonte Nova, onde o caso foi registrado. Ele foi liberado em seguida, após prestar esclarecimentos. Pouco depois de ser detido, o suspeito chegou a ironizar a situação nas postagens feitas no Instagram.
"Fui preso, dei logo um murro na janela, mas o bom foi o que mainha?", questionou o Ciro em um vídeo onde a mãe dele cita a vitória do Bahia na partida como um fator positivo.
Leia a nota do Esporte Clube Bahia na íntegra abaixo:
"O dia de ontem, que deveria ser marcado apenas pela celebração da conquista da vaga para a Libertadores de 2025, foi infelizmente manchado por um lamentável episódio de violência. Antes do início da partida contra o Atlético-GO, o sócio do Esporte Clube Bahia SAF, Ciro Alexandre Silva dos Santos, protagonizou um ato de violência contra uma funcionária do Clube.
O associado desferiu um soco contra o vidro do balcão de atendimento, resultando em ferimentos à atendente causados por estilhaços. A funcionária foi prontamente socorrida e encaminhada para atendimento médico em estado de choque.
O agressor foi conduzido à delegacia da Arena Fonte Nova para prestar esclarecimentos sobre o ocorrido.
A agressão injustificada, alegadamente motivada por não ser mais possível realizar o check-in de sua mãe, tendo ainda o agressor recusado a compra de ingresso com desconto para outro setor, é completamente incompatível com os padrões de conduta esperada dos sócios do Clube.
Diante disso, será instaurado um processo administrativo contra Ciro Alexandre Silva dos Santos. O Bahia ainda tomará as medidas judiciais cabíveis para que o mesmo responda criminalmente por seus atos.
O Clube repudia veementemente qualquer forma de violência e se solidariza com a funcionária agredida, e informa que prestará todo o apoio necessário à colaboradora.
Por fim, o Bahia reitera que não tolerará nenhum tipo de agressão, ameaça ou desrespeito direcionado a seus funcionários. Nosso Clube é feito por pessoas e para pessoas, e todos, sejam sócios ou funcionários, merecem ser tratados com respeito e dignidade".
Arena Fonte Nova, em Salvador — Foto: Renan Pinheiro