Em uma bicicleta, o empreendedor do bairro do Uruguai, também na Cidade Baixa, foi responsável pela ação e falou sobre a importância do ato.

"Acredito que nós somos agentes transformadores da realidade que nos cerca e pequenas atitudes vão mudar o mundo. Não precisa ter muito, é só querer fazer que dá tudo certo", disse.

A ação foi registrada em vídeo, mas o jovem afirma que a intenção não era expor os beneficiados, mas sim, a ação realizada. Essa seria uma forma de criar uma corrente de solidariedade e incentivar os outros a também ajudar pessoas em situação de rua.

"Acho que essas pessoas também merecem comer alguma coisa boa", afirmou o empreendedor.

Após a entrega, o jovem disse que pretende continuar com a ação e espera poder ajudar ainda mais outras pessoas.

"Deus abençoe para que a gente possa fazer cada vez mais isso. Que massa fazer isso, quero fazer sempre. Que Deus me abençoe, me dê forças e grana para eu continuar fazendo as coisas para o próximo", disse Maxuel.

Maxuel Assis mora no bairro do Uruguai com a mãe e dois irmãos. Ele trabalhava como entregador de fast food, mas preocupado com os riscos de segurança e de trânsito, decidiu mudar de área: foi atuar na produção e venda de bolos de pote.

A produção de doces começou com R$ 300 e, até hoje, é realizada na casa onde ele mora. Em entrevista concedida à TV Bahia, Maxuel contou que já realizou doações de sopa e mingau com um grupo de amigos.

"As pessoas que moram em comunidade muitas vezes não são reconhecidas, mas são muito unidas. Todo mundo ajuda o outro. A união a gente aprende em comunidade e aqui na minha comunidade eu aprendi que posso ajudar o outro. Meu pais trabalham desde muito novos e isso foi me motivando a perceber a minha realidade, vou tentando transformar minha vida e dos jovens ao meu redor", disse.

De acordo com a prefeitura de Salvador, através de uma pesquisa realizada pela Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre), mais de cinco mil pessoas vivem em situação de rua na capital baiana. 81% das pessoas de rua são adultas, com mais de 90% sendo pessoas negras.

Ainda conforme o órgão, a maioria das pessoas em situação de vulnerabilidade são homens. Além disso, quase 40% fazem ou já fizeram uso abusivo de álcool e drogas.