A vítima teria aceitado viajar após a esposa dele, a professora Amarílis Lima Grassi Santos, que também morreu no acidente, insistir na presença dele no passeio. A informação foi passada nessa terça-feira (9) pelo irmão de Edmilson dos Santos, Evilásio dos Santos.

Uma das filhas do casal, Sabrina Grassi Alencar dos Santos, também não resistiu aos ferimentos. Os sepultamentos dos três familiares aconteceram nesta terça, no Cemitério Municipal Jardim da Saudade, em Jacobina. Os corpos foram velados juntos no Ginásio de Esportes da cidade.

"Ele não estava afim de fazer essa viagem, mas ela insistiu. Como sempre foi a companheira dele, para não dizer não a ela, ele resolveu fazer essa viagem e aconteceu essa tragédia", lamentou Evilásio dos Santos, irmão de Edmilson.

Uma outra filha de Edmilson estava no ônibus, sofreu ferimentos, mas sobreviveu a tragédia.

"É a menina que vai continuar com o trabalho do pai, cuidando das coisas dele. Apesar da pouca idade, é uma guerreira e a gente está com ela nessa batalha".

Edmilson dos Santos era supervisor de uma empresa e estava realizado. Após tentar por duas vezes, descobriu um poço de água doce. O sonho foi comemorado por mais de 300 pessoas no sítio da vítima, nas festas de final de ano.

"Falar de meu irmão é muito difícil. Ele era o nosso caçula, uma pessoa que a gente amou sempre, um cara que tinha um rol de amizades muito grande, era supervisor de uma empresa e muita gente conhecia ele", disse Evilásio dos Santos.

O irmão de Edmilson contou ainda que ele gostava muito de festas.

"Estava muito feliz porque descobriu um poço de água doce. Ele já tinha tentado duas vezes, mas não tinha conseguido".

"A gente está sofrendo, é muito difícil para a família, foi a primeira vez que a gente passou por isso. Não desejamos isso para ninguém e a gora é chamar por Deus e superar isso", lamentou, emocionado.

Os corpos de Edmilson Alencar dos Santos, Amarílis Lima Grassi Santos e Sabrina Grassi Alencar dos Santos foram sepultados nesta terça-feira, por amigos e familiares, sob forte comoção.

Além dos amigos, muitos alunos da professora Amarílis Lima estiveram presentes no Cemitério Municipal de Jacobina.

A funcionária pública Kelly Monique conhecia Amarílis desde a infância. A vítima ensinava duas netas dela.

"Eu ainda não consegui nem passar esse acontecimento para eles, porque eles a amavam muito. Era uma excelente professora, vizinha de infância e fica um sentimento de tristeza muito grande no coração da gente por perder pessoas tão queridas e amadas. Nossa cidade realmente está de luto", disse Kelly Monique.

O acidente aconteceu na noite de domingo (7), na BR-324, em trecho da cidade de São José do Jacuípe.

Inicialmente, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que 25 pessoas morreram no acidente. Porém, depois a PRF e o Instituto Médico Legal (IML) confirmaram 24 mortes. Dos mortos, três estavam no caminhão e o restante no ônibus.

A maioria das vítimas morava na cidade de Jacobina, no norte da Bahia. O grupo que estava no ônibus voltava de um passeio na praia de Guarajuba, no litoral norte, quando houve o acidente.

Já as pessoas que estavam no caminhão saíram da cidade de Juazeiro e tinham como destino Feira de Santana, a 100 km de Salvador, onde fariam o descarregamento do caminhão, que levava mangas. Ainda não há informações sobre o que causou a batida.