A Uber informou que desativou o motorista da plataforma assim que tomou conhecimento do episódio. A vítima tem 24 anos e preferiu não ser identificada, por medo. Ela contou que havia chegado tarde na festa, no Horto Bela Vista, e que não ficou muito tempo no evento.

Por volta das 2h30, ela seguiu para casa sozinha no carro, depois que uma amiga solicitou a corrida. Dentro do veículo, a jovem enviou uma captura da tela do celular para a amiga, mostrando os detalhes da viagem – como o nome e do motorista e a placa do veículo.

A corrida foi para o Conjunto Colinas de Pituaçu, no bairro de São Rafael. A jovem não detalhou se dormiu no carro, ou se o homem usou alguma substância para deixá-la inconsciente, mas disse que só lembra do momento em que ele já estava em cima dela.

"Não lembro direito o que aconteceu, só lembro dele em cima de mim. Nu, em cima de mim. Eu ficava tentando tirar ele de cima de mim, consegui abrir a porta e gritar. Ele passou para o banco da frente e arrastou o carro. Eu estava na metade do carro e minhas pernas estavam para fora".

"Estava tentando puxar minha bolsa, aí ele puxou minha de volta e andou com o carro. Me arranhou, arranhou minha perna, e eu caí no chão".

A tentativa de estupro ocorreu enquanto o veículo passava pela Avenida Luís Viana, mais conhecida como Paralela, e uma das principais de Salvador. No momento em que a jovem caiu, ela passava pela Segunda Avenida do Centro Administrativo da Bahia.

"Quando caí, fui andando até o metrô. Lá estava fechado, trancado ainda. Eu bati, bati, pedi ajuda, aí veio um homem para me ajudar. Os funcionários do metrô me levaram no médico, aí chegou lá e eu fui medicada. Eu estava descalça, sem identidade, sem celular, estava sem nada, só com a roupa do corpo, porque ficou tudo no carro", detalhou.

Em nota, a CCR Metrô – concessionária que administra o sistema metroviário na Bahia – informou que os agentes de atendimento e segurança acolheram a mulher, e a levaram para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de São Marcos.

No local, ela foi medicada, teve alta médica e está fisicamente bem. O boletim de ocorrência foi registrado na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Brotas, que investiga o caso e procura pelo suspeito.

Esse é o terceiro caso envolvendo motoristas por aplicativos cometendo crimes contra mulheres, nos últimos dias na Bahia. No último sábado (11), um motorista por aplicativo foi preso em Feira de Santana, cidade a cerca de 100 quilômetros de Salvador, suspeito de sequestrar passageiras.

Na semana passada, um outro motorista foi preso suspeito de sequestrar e roubar mulheres em bairros de classe média alta em Salvador. De acordo com a polícia, ele extorquiu mais de R$ 40 mil das vítimas.

A Uber considera inaceitável qualquer tipo de comportamento abusivo contra mulheres e acredita na importância de combater e denunciar casos de assédio e violência. O motorista teve sua conta desativada da plataforma assim que a empresa tomou conhecimento do episódio. A Uber se coloca à disposição para colaborar com as autoridades no curso das investigações. A empresa defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro. Por isso, desde 2018 a empresa mantém o compromisso de participar ativamente do enfrentamento da violência contra a mulher e segue investindo constantemente em conteúdos educativos contra o assédio para motoristas.

Em conjunto com o Instituto Promundo, foi lançado o Podcast de Respeito. A empresa também lançou uma campanha educativa de combate ao assédio em parceria com o MeToo Brasil. Além disso, também em parceria com o MeToo, a plataforma possui um canal de suporte psicológico para apoiar vítimas de violência de gênero, que já foi disponibilizado para a usuária. Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, como, por exemplo, o compartilhamento de localização, gravação de áudio, gravação de vídeo, detecção de linguagem imprópria no chat, botão de ligar para a polícia, entre outros.”