A vítima, que preferiu não se identificar por medo de represálias, contou que iniciou a corrida em uma localidade conhecida como Alto do Picuaia, em Lauro de Freitas. O suposto passageiro indicou como destino o bairro da Boca do Rio, na capital.

"Eu cheguei onde no local onde iniciei a corrida e ele estava na frente do apartamento. A corrida estava no nome de uma mulher, de nome Adriana. O passageiro era novo e eu não maldei. Chegamos na região da Picuaia, e na frente só tinha estrada de barro. Eu parei a moto e disse que não tinha mais estrada na frente. Ele me perguntou se eu estava armado e eu disse que não", relatou a vítima.

"Ele me mandou parar a moto. Eu parei, desembarquei da moto e ele me mostrou a faca. Ele ficou o tempo todo com a faca na mão e segurando minha camisa".

A vítima contou ainda que pediu para que o suspeito não fizesse nada grave, e que estava apenas trabalhando.

"Aí ele disse que queria sair de lá, que não queria fazer nada comigo, que não queria me roubar, mas [supôs] que eu ia denunciar ele. Me disse que onde eu peguei ele era a casa da mãe dele, que é missionária, e que ele estava sob efeito de drogas. Eu falei a ele o tempo todo que eu não tinha nada a ver com isso, que sou mototaxista por aplicativo. Pedi que ele não fizesse nada comigo".

O suspeito então recolheu os pertences do mototaxista, mas depois fez uma negociação com ele e disse que deixaria a vítima seguir. Apesar disso, o jovem deu cinco facadas no trabalhador, que resistiu à ação.

"Ele mandou eu deitar de bruços, que ele ia entrar no matagal e eu não ia mais ver ele. Assim eu fiz. Aí ele me devolveu meus pertences, meu celular e minha chave. Aí eu deitei e botei o capacete na frente. Foi o momento em que ele veio por cima de mim e começou a me esfaquear".

"Quando eu senti que tinha uma coisa me furando, eu levantei rápido do chão e reagi. Aí eu dei uma 'capacetada' nele e consegui tomar a faca da mão dele. Eu reagi e acabei até cortando a mão dele".

Em meio a toda essa confusão, os dois começaram novamente a dialogar, e o mototaxista reclamou já que o suspeito havia dito que não faria nada com ele. O jovem então ficou ainda mais agressivo com a vítima"

"Ele disse: 'agora eu tenho que dar um fim em você, porque você sabe onde é a casa de minha mãe, você vai me denunciar'. Foi quando eu fui para cima dele com a faca, ele saiu correndo e eu entrei no matagal. Aí eu pedi socorro".

O mototaxista pediu socorro em um grupo onde estão outros colegas que também fazem viagens em transporte por aplicativo. O grupo levou ele até o Hospital Geral Menandro de Faria, onde foi suturado e medicado. Nesta quinta, ele já está em casa.

A Polícia Militar também foi acionada e disse em nota, que fez buscas pelo suspeito e não o encontrou, mas localizou o veículo da vítima em uma área de matagal. O crime será investigado pela Polícia Civil, por meio do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde será registrado.