A Polícia Civil informou que o inquérito foi concluído na terça-feira (14), pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e Adolescente (Dercca) e remetido ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).

O caso aconteceu no dia 3 de março, quando o restaurante registrava movimento intenso de clientes. Agora, o MP-BA vai decidir se denuncia ou não o suspeito.

Clientes do estabelecimento presenciaram o momento e a ação foi gravada pelas vítimas.

Segundo as adolescentes, um homem, que teria se apresentado como sócio do local, teria oferecido bebida alcóolica para as menores e as convidado para um passeio de lancha. O suspeito ainda teria dito que gosta de "mulheres" mais novas.

"Chegamos no restaurante, pedimos algumas entradas e fomos abordadas pelo sócio. Ele nos ofereceu drink e nós falamos que não, porque nós erámos menores de idade", relatou a adolescente mais nova.

Além do passeio de lancha, a adolescente relatou que o homem também convidou as meninas para um banho de piscina na casa dele, que fica no bairro do Rio Vermelho. "Ele começou a alisar os nossos braços".

Segundo a adolescente, o assédio aconteceu por cerca de uma hora, até que uma cliente, que estava sentada em uma mesa ao lado, se sensibilizou e se juntou a elas. A mulher, uma advogada de 38 anos, que estava com o marido e a filha, que é uma bebê, só saiu do local com a chegada da irmã de uma das adolescentes, Judith Cerqueira.

No vídeo que mostra parte do assédio, o homem diz: "Se vocês entenderam isso bacana, eu deixo vocês muito à vontade. Sou um homem mais velho, mas gosto de mulheres mais nova também".

De acordo com a assessoria do restaurante, Pedro Miguel de Oliveira Silva, de 59 anos, atua como relações públicas no local há 17 anos. Outros vídeos mostram o momento que Judith Cerqueira chega no restaurante, tira satisfação com o empresário e é ignorada.

"Ela é testemunha que o senhor estava importunando elas, que são menores de idade", afirmou ao chegar.

Ao Bahia Meio Dia, programa da TV Bahia, Judith Cerqueira disse que o homem fingiu que não era com ele e respondeu: "Fale baixo".

Paloma Portela, mãe da adolescente de 17 anos, contou que a filha estava assustada e com medo. Revelou que já recebeu ligações de mais de uma dezena de vítimas do relações públicas.

"Já entraram em contato também ex-funcionárias que estavam lá, que presenciavam isso, que viviam isso com ele e já tiveram algumas que já foram abusadas por ele. Minha filha não pode ouvir tocando no assunto e está em pânico", disse a mãe da adolescente.

O relações públicas Pedro Miguel de Oliveira Silva ainda não foi ouvido pela Polícia Civil. Segundo a polícia, ele prestará esclarecimentos na sede da DERCCA, no bairro de Matatu, em Salvador. O restaurante informou que ele foi afastado das atividades, que lamenta o caso e que está à disposição da Justiça para ceder imagens e informações.