Ubirajara Sales contou que desde que soube da situação, procurou socorro, mas não foi atendido. "Simplesmente foram negligentes e não deram assistência. Trataram meu filho como um nativo, como chamaram lá, e não se trata disso, são pessoas humanas".

Outro que fez um relato de revolta sobre o socorro ao jovem foi Nicolas Falcão, de 21 anos. Ele estava com Ícaro e um outro amigo chamado Keven, na embarcação, mas não pulou no mar, junto com a dupla.

Segundo Nicolas Falcão, ele e Keven, que retornou para embarcação, pediram ajuda no ferry, mas saíram do local "sem nenhuma movimentação" da Internacional Travessias.

Em seguida, a reclamação foi da atitude tomada por um policial militar, que trabalhava em uma viatura móvel, próximo do terminal. "Fomos em uma viatura móvel e o policial se recusou. Em outras palavras disse: 'Estou na terra, não estou no mar'".

"Ele estava com um rádio e não se indignou nem em ligar para emergência. Mandou eu ligar e muito abalado, cheguei a perguntar o número para ele", concluiu.

A TV Bahia entrou em contato com a Internacional Travessias e com a Polícia Militar, para pedir posicionamentos sobre as reclamações, mas não foi respondida até a última atualização desta reportagem.

O caso foi registrado no sábado (25), mas o corpo da vítima só foi encontrado na manhã de segunda-feira (27).

Ícaro Rodrigo Teles Carvalho sofreu um afogamento após pular da embarcação na companhia do amigo Keven. A intenção era chegar na praia a nado, porém, o jovem desapareceu.

O corpo de Ícaro foi localizado por agentes do Corpo de Bombeiros na manhã de segunda.

Apesar da informação da polícia, a Internacional Travessias, responsável pela travessia diz que não houve registros ou relatos de passageiros que praticaram mergulho a bordo das embarcações durante as operações realizadas no final de semana. A empresa reforçou que as medidas de resgate seriam adotadas mediante as orientações da marinha.