Rifeira morta com o companheiro na BA foi condenada após ser presa em flagrante por estelionato
Bahia
Publicado em 13/12/2022

A vendedora de rifas Hynara Santa Rosa da Silva, de 39 anos, morta a tiros com o companheiro Rodrigo da Silva Santos, 33, em uma praia na Barra do Jacuípe, em Camaçari, cidade da Região Metropolitana de Salvador, foi condenada por estelionato em dezembro de 2019, por estelionato.

 

 

Segundo o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Hynara Santa Rosa da Silva, foi condenada a oito meses de reclusão e sete dias-multa.

A rifeira foi presa por usar o documento falso para fazer saque em um banco no bairro da Pituba, em Salvador, no dia 19 de janeiro de 2016. A vendedora de rifas chegou a sacar o dinheiro da conta da vítima, que era cliente da agência.

De acordo com a sentença no qual o g1 teve acesso, após desbloquear um cartão magnético da conta corrente da vítima, a rifeira fez um saque de R$ 4.500 da conta, recebendo o valor em espécie. Em seguida, Hynara da Silva saiu da agência para entregar o dinheiro a um comparsa, não identificado, que a aguardava do lado de fora.

No entanto, a rifeira tinha avisado antes a uma funcionária, antes de sair, que logo retornaria para fazer uma transferência, via TED, também a partir da conta da vítima, no valor de R$ 25 mil.

A ação gerou suspeita e a vítima foi avisada do saque através de uma mensagem SMS, enviada pelo sistema de segurança do banco. Com isso a mulher foi na agência, onde foi constatada a fraude.

Quando a rifeira retornou ao banco para realizar transferência, a Polícia Militar já estava no local e fez a prisão em flagrante.

Na delegacia, Hynara foi interrogada e confessou o crime. Na oportunidade, foi apreendido o cartão magnético e o documento de identificação falsificado. A quantia sacada não foi recuperada.

Além do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), as informações foram confirmadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).

 

Sonho com tiroteio

 

Antes de morrer, Hynara Santa Rosa da Silva relatou a uma amiga que havia sonhado com um tiroteio. Em uma mensagem privada em rede social, ela disse ter acordada assustada com o sonho.

"Eu estava com você no comércio, com roupa de academia, e parou um carro e chamou o nome dela. Deram um tiro e consegui rastejar até meu carro e comecei a chamar ela, porque meu carro é blindado... Eles atiravam tanto e eu saí correndo até a polícia. Acordei assustada", disse.

Após relatar o sonho com detalhes, Naroka, como era conhecida nas redes sociais, pediu para que a amiga tivesse cuidado.

 

"Tenha cuidado, viu, meus sonhos são sempre avisos", pediu à amiga.

 

Mulher morta a tiros em praia na BA havia tido 'premonição' em sonho — Foto: Reprodução/TV Bahia

Mulher morta a tiros em praia na BA havia tido 'premonição' em sonho — Foto: Reprodução/TV Bahia

O crime ocorreu no domingo (11) e ninguém havia sido preso até a manhã de segunda-feira (12). Nas redes sociais, o casal acumulava mais de 100 mil seguidores e era conhecido como DG e Naroka Rifas. Eles foram baleados no peito e na cabeça e deixaram dois filhos.

Horas antes do duplo homicídio, as vítimas curtiam o fim de semana na praia. DG e Naroka compartilharam vídeos em que aparecem em uma moto aquática.

A Polícia Civil informou que equipes do Serviço de Investigação (Silc/RMS) foram ao local do crime e realizaram os levantamentos iniciais. Foram expedidas guias periciais e de remoção dos corpos, que foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Salvador.

Rodrigo e Hynara foram enterrados na tarde desta segunda, no Cemitério Bosque da Paz, também na capital baiana.

Os rifeiros ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais, onde acumulavam mais de 100 mil seguidores com fotos em área VIP de festas, carros de luxo, viagens e proximidade com influenciadores digitais, além de músicos baianos. Saiba mais.

A autoria e a motivação crime serão investigadas pela 33ª delegacia de Monte Gordo.

Casal que vendia rifas na internet é morto a tiros em praia na BA — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Casal que vendia rifas na internet é morto a tiros em praia na BA — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Venda de rifas na web

 

Nas redes sociais, o casal era conhecido pela venda digital de rifas. Naroka e DG compartilhavam prints de sorteios de R$ 6 mil e R$ 50 mil. Em um destaque fixado no Instagram da rifeira, é possível ver relatos de diversos ganhadores das rifas vendidas pelo casal.

A divulgação de promoções e venda de rifas em redes sociais é comum. No entanto, a distribuição de prêmios por meio de sorteios deve seguir uma série de regras estabelecidas pelo Ministério da Economia.

De acordo com a Lei nº 5.768, de 1971, e a Portaria nº 20.749, de 2020, a distribuição de prêmios mediante sorteio, vale-brinde, concurso ou operação semelhante por organizações da sociedade civil só pode ocorrer mediante autorização prévia do Ministério da Economia.

Para obter a autorização, é preciso enviar um pedido ao Sistema de Controle de Promoção Comercial (SCPC), de 40 a 120 dias antes da promoção.

Segundo a legislação, a autorização somente é concedida à pessoa jurídica que exerça atividade comercial, industrial ou de compra e venda de bens imóveis. Dessa forma, pessoas físicas não podem realizar promoção comercial.

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