Mãe de criança com microcefalia relata dificuldade para conseguir atendimento domiciliar em Salvador
Bahia
Publicado em 06/12/2022

A mãe da pequena Rafaela, de 10 anos, Inaína Santos, relatou nesta terça-feira (6) a dificuldade para conseguir atendimento domiciliar para a filha, que tem microcefalia. Apesar de pagar um plano de saúde de R$ 1 mil e ter parecer favorável da Justiça, a mulher luta para conseguir proporcionar melhor qualidade de vida para a criança.

Segundo Inaína, a filha não anda, não fala e não se alimenta sozinha. Dessa forma, ela precisa se dedicar totalmente aos cuidados da pequena. Ainda assim, trabalha de domingo a domingo com a venda de bolos e pães no condomínio onde mora, no bairro Jardim das Margaridas, em Salvador, para conseguir uma rende extra.

"Há cerca de um ano Rafinha começou a regredir no quadro clínico, onde requer mais dedicação em cima dela. Sempre tenho que apelar à Justiça para conseguir [que o plano cumpra com as necessidades de minha filha] e, mesmo apelando e a criança ganhado, o plano se recusa a cumprir", desabadou.

Mãe de criança com microcefalia relata dificuldades para conseguir atendimento domiciliar em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia

Mãe de criança com microcefalia relata dificuldades para conseguir atendimento domiciliar em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia

Conforme a mãe da pequena, a situação atual de Rafaela é bem delicada, já que ela está com dificuldade para engolir a saliva. "O que os médicos poderiam fazer para secar a saliva, seria a colocação de botox e atropina, mas a criança tem reação alérgica", detalhou.

 

 

"Então hoje o que a gente poderia fazer seria o atendimento com fonoaudiólogo, fisioterapia motora e respiratória e aspiração dessa secreção para [evitar que ele não vá] para o pulmão", explicou.

 

Ainda segundo Inanína, a Justiça determinou o internamento domiciliar, também conhecido como home care, auxílio de um técnico de enfermagem 12h por dia, visita semanal de enfermeira, visita de pediatra a cada 15 dias, fisioterapia, terapia ocupacional, além de medicamentos para melhorar a qualidade de vida da menina.

A Justiça ainda determinou que o plano de saúde deve pagar ou reembolsar toda a quantia gasta no tratamento de Rafaela. Caso contrário, será necessário arcar com multa diária de R$ 1 mil.

Mãe de criança com microcefalia relata dificuldades para conseguir atendimento domiciliar em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia

Mãe de criança com microcefalia relata dificuldades para conseguir atendimento domiciliar em Salvador — Foto: Reprodução/TV Bahia

Para a mãe de Rafaela, a espera por um retorno do plano de saúde é angustiante. "Pago mil reais de plano de saúde, trabalho de domingo a domingo, a criança precisa desse atendimento e eles me negam".

"[Isso] é prioridade, porque se eu não tiver esse suporte em casa, a criança vai precisar ficar internada [no hospital]. Ela ficou o mês de novembro quase todo internada por causa dessa saliva que está com dificuldade para engolir. Então se eu tiver suporte em casa, evita que a criança fique toda hora batendo no hospital", desabafou.

À  operadora do plano de saúde Amil informou que entrou em contato com a mãe da paciente para o alinhamento do serviço, conforme solicitação médica, e também pediu explicações sobre as características do serviço de home care. No entanto, não detalhou quando o serviço entrará em vigor para a paciente.

Comentários
Comentário enviado com sucesso!