No mês de julho, a Polícia Militar apresentou uma versão oficial que contradisse as imagens registradas. Nela, a PM afirma que os agentes de segurança foram recebidos a tiros, que houve um revide e que Daniel foi "atingido, desarmado e socorrido imediatamente para o hospital”.
As imagens, no entanto, mostram o momento em que Daniel passava pela rua, aparentemente desarmado, quando um carro com os policiais se aproximou dele. O veículo não tinha caracterização da polícia.
Dois PMs desceram do carro empunhando armas de grosso calibre na direção de Daniel, que colocou as mãos na cabeça quando a abordagem começou. Logo depois, são ouvidos três disparos feitos na direção dele por um dos policiais.
Também na nota, a polícia diz que uma arma de fogo e um vasto material de drogas, como crack, maconha e cocaína foram apreendidos com Daniel, mas na gravação não é possível identificar nada nas mãos do jovem.
Conclusão deveria ser em 40 dias
Jovem de 24 anos é morto a tiros em Santo Antônio de Jesus — Foto: Reprodução/TV Subaé
Na ocasião, a Polícia Militar informou que "determinou a instauração de um inquérito policial militar, a fim de apurar as circunstâncias do fato, devendo ser concluído em um prazo de 40 dias". No entanto, o prazo não foi cumprido pela própria corporação.
O texto informa, ainda, que as armas dos policiais foram recolhidas, e que serão periciadas. No mesmo dia da morte de Daniel, os familiares dele fizeram um protesto, com pedidos de justiça, em frente ao Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde o corpo era periciado.
Família da vítima diz que autor dos disparos foi policial militar — Foto: Reprodução/TV Subaé