Houve um tiroteio na quarta-feira (17) e crianças que estavam em um campo de futebol e dentro de uma escola tiveram que correr para se proteger dos tiros.
Em áudios que viralizaram nas redes sociais, professoras pediam ajuda para proteger os alunos do tiroteio. "Estão atirando na beira do rio, as balas estão passando por cima das casas porque não tem árvores perto do rio. Nós estamos com as crianças todas aqui escondidas dentro da escola", disse uma delas, muito assustada.
"Está todo mundo saindo das casas e ficando atrás do mato. Tem muita criança na beira do campo. A gente está aqui na escola com um monte de criança, presa aqui na escola. A gente liga para os pais e eles não podem sair de dentro de casa", desabafou outra professora.
Durante o tiroteio, dois policiais militares foram baleados, socorridos e levados para o Hospital Frei Ricardo, em Itabela. Um foi atingido no pescoço e o outro na perna, mas ambos já receberam alta médica.
De acordo com o 8° Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento em Porto Seguro, os agentes estavam na região porque foram chamados para desobstruir algumas vias que tinham sido interditada pelos indígenas, e também trabalhavam no local para evitar que eles ateassem fogo em uma das pontes que dá acesso a outras fazendas.
Procurada pela TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia, a Federação Indígena das Nações Pataxó e Tupinambá do Extremo Sul da Bahia (FINPAT), informou que o ataque foi feito por fazendeiros e milicianos que estariam incomodados com a presença dos indígenas próximos dessas fazendas.
A Federação também pediu o apoio do Ministério Público Federal (MPF), da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Polícia Federal (PF) para resolver a situação.