Ainda em nota, o hospital informou que a compra já foi regularizada, mas não detalhou quando.
Segundo Gleiciele, o filho dela, Leonardo, foi diagnosticado com pneumonia e está internado no Hospital Roberto Santos desde o dia 3 de setembro.
Por meio de imagens de câmera de celular, ela registrou alguns dos momentos em que precisou dar o remédio que comprou para que a enfermeira medicasse Leonardo. Em um dos vídeos, a profissional pergunta se a mãe comprou um outro medicamento.
Além do clobazam, Gleiciele disse que precisou comprar também o medicamento atropina, que consta na lista de remédios essenciais do SUS, e serve para evitar salivação em excesso e complicações respiratórias.
Segundo a mãe do paciente, ela já gastou mais de R$ 100 em medicamentos, em cerca de 15 dias, para o filho que está internado no hospital.
Por causa da microcefalia, Leonardo recebia o Benefício de Prestação Continuada (BPC ), do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no valor de um salário mínimo.
No entanto, devido à pandemia da Covid-19, houve um problema com o benefício que, de acordo com Gleiciele, ficou travado por um tempo. Segundo ela, o valor foi liberado recentemente, mas ainda não consta na conta bancária.
"Estou fazendo rifas, recebo doações das pessoas, para poder até manter os medicamentos que não eram para a gente estar mantendo", disse.
De acordo com o advogado especialista em administração pública, André Malheiros, o fornecimento dos medicamentos é uma obrigação do Estado.
"Principalmente se for definida como regra do SUS, retrata-se uma obrigação muito mais precisa nesse caso. Então é um risco ao paciente, à coletividade e é um caso de responsabilização do estado, uma vez que se trata de hospital público", explicou.