Vergonha de estudar e choro
Após ser impedida de entrar na escola em que estudava, Júlia Almeida tem relatado que está constrangida e não quer voltar ao local. Os familiares da adolescente resgistraram que a pressão dela atingiu 15x12.
“Isso constrangeu muito. Agora ela está com medo de ir para o colégio pela vergonha que ela passou e de os coleguinhas começarem a chamar ela de macumbeira”, relatou YA Ivone Maria.
“Ela está muito chorosa, uma criança de 13 anos e a pressão foi para 15.12 devido o constrangimento que ela passou. Ontem ainda estava e a gente está tentando amenizar a situação com chá, porque ela é uma criança e a gente não pode dar um medicamento forte”.
A ialorixá de Júlia Almeida contou que a diretora da escola chegou a pedir desculpas pela situação, mas não fez ações para que a aluna assistisse as aulas.
“Por volta de umas 11h30 foi quando eu cheguei no colégio, a diretora disse que não sabia que o porteiro tinha feito isso, me pediu mil desculpas e por isso ficou”, contou.
“Não falou entre na escola ou volte a estudar, assim ficou. Eu achei um descaso, que ela fez pouco caso”, relatou Ya Ivone Maria.
A adolescente foi iniciada no candomblé em 5 de julho e por isso está em "regime religioso", onde cumpre alguns rituais específicos da religião.
“Júlia foi iniciada agora no dia 5 de julho e ela ainda está com o quelê no pescoço. Na minha casa, a pessoa quando é iniciada, passa três meses com a joia do santo no pescoço e um ano vestindo branco”, contou.
“Ela está nesse processo ainda. Ela tem um mês que o santo deu nome, que teve a festa do orixá. Ela continua com o quelê no pescoço, porque é o procedimento da roça”.