Queiroga deu a declaração ao participar de uma sessão da comissão do Senado que discute medidas de combate à doença.
Nas últimas semanas, municípios de Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, São Paulo, Amapá e Paraíba limitaram ou suspenderam a imunização por falta de doses para a segunda aplicação. Na Paraíba, a Justiça chegou a determinar a aplicação da segunda dose após ação do Ministério Público.
"Tem nos causado certa preocupação a CoronaVac, a segunda dose. Tem sido um pedido de governadores, de prefeitos, porque, se os senhores lembram, cerca de um mês atrás se liberou as segundas doses para que se aplicassem. E agora, em face de retardo de insumo vindo da China para o Butantan, há uma dificuldade com essa 2ª dose", declarou Queiroga no Senado.
Há cerca de um mês, em 21 de março, o Ministério da Saúde mudou a orientação e autorizou que todas as vacinas armazenadas pelos estados e municípios para garantir a segunda dose fossem utilizadas imediatamente como primeira dose.
Ao participar da sessão da comissão do Senado nesta segunda, Queiroga disse que o governo emitirá uma "nota técnica acerca desse tema".
Até a última atualização desta reportagem, a nota técnica mencionada pelo ministro não havia sido divulgada.
Ministro cita gravidade da doença
Em outro trecho da sessão, o ministro da Saúde afirmou que o número de óbitos registrados em 2021 mostra a "gravidade" da doença.
Ao todo, até este domingo (25), o Brasil registrou 390.925 mortes por Covid-19, segundo o consórcio de veículos de imprensa.
Somente em 2021, foram contabilizadas 195.949 mortes pelo coronavírus. O número de 2021 supera os 194.976 óbitos pela doença registrados em 2020.
"O número de óbitos no ano de 2021 hoje supera o número de óbitos que ocorreu no ano de 2020 inteiro, mostrando a gravidade dessa doença e a necessidade de adoção de medidas que sejam eficazes para vencermos essa situação grave na saúde pública nacional", declarou Queiroga no Senado.
Aos senadores, Marcelo Queiroga afirmou que ações como a campanha de vacinação representam "esperança de uma solução mais eficaz" para o enfrentamento da pandemia.
O ministro da Saúde, então, voltou a defender algumas medidas recomendadas por especialistas como forma de prevenção.
"Claro que não é só a vacinação. Eu tenho, desde o primeiro dia que assumi o cargo, reiterado a importância das chamadas medidas 'não farmacológicas', como o uso de máscaras, o distanciamento social", declarou.
Desde o início da pandemia, contudo, o presidente Jair Bolsonaro age de maneira contrária ao que é orientado por especialistas e entidades. Enquanto a Organização Mundial de Saúde recomenda uso de máscara, higienização das mãos e que se evite aglomerações, Bolsonaro critica as máscaras e participa de aglomerações.