Responsável pela arma
Segundo Lucas, outra filha afetiva de Flordelis, Marzy Teixeira da Silva, foi a responsável pelo planejamento do crime. Isso, também afirmou Lucas, foi feito a mando da própria Flordelis.
"Quem entrou em contato comigo pela primeira vez foi a Marzy, em janeiro de 2019. Ela me ofereceu um dinheiro. Falou que o Anderson estava atrapalhando a vida dela, atrapalhando a vida da minha mãe e que ninguém na casa estava suportando mais ele e perguntou se eu não dava um fim nele. Na época, eu estava no tráfico de drogas. Ela me ofereceu o valor de R$ 10 mil e alguns relógios para eu dar um fim nele. E me mandou uns prints (cópias) de conversas dela com a minha mãe", disse Lucas.
Segundo Lucas, em um dos prints, Flordelis pede a Marzy que o convença a cometer o crime.
"Em um dos prints que a Marzy e mandou, ela (Flordelis) pede para que a Marzy me convença a fazer isso. Para eu simular um assalto e matar ele. Que ela não estava mais suportando ele, que ele estava atrapalhando ela", disse Lucas, afirmando que a deputada nunca pediu diretamente a ele que cometesse o crime.
Questionado pelo relator Alexandre Leite (DEM-SP), Lucas afirmou que Marzy não tinha nenhuma fonte de renda que assegurasse o pagamento do valor combinado.
No depoimento, Lucas confirmou ter intermediado a compra da arma utilizada no assassinato. Segundo ele, Flávio pagou R$ 8,5 mil pela compra da arma.
"Ele me disse que algumas pessoas estavam ameaçando ele e perguntou se eu conhecia alguém que poderia vender uma arma. Falei que sim, que conhecia alguém. Mas ele também não tinha condições financeiras para comprar a arma, já que trabalhava como motorista de aplicativo aqui no Rio".
Lucas afirmou que a deputada nunca pediu diretamente que ele cometesse o crime.
Ainda segundo ele, o dinheiro para a compra da arma veio de Flordelis.
"Se ela tivesse interferido para que o crime não tivesse acontecido, com certeza o Anderson estaria vivo até hoje".
Além de Lucas, os deputados vão ouvir Andréa Santos Maia. Esposa do ex-PM Marcos Siqueira Costa, ela é acusada de fraudar uma carta na qual Lucas confessaria o crime. Ela também será ouvida pelo conselho nesta segunda, a partir das 13h.
"Conheci o Marcos Siqueira no presídio, através do Flávio. A Andréa o visitava duas vezes por semana.
A defesa de Flordelis protocolou na Comissão de Ética uma representação por exceção de suspeição por quebra de parcialidade do relator da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.
"Nós estamos questionando a imparcialidade do relator que está conduzindo o trabalho dessa comissão. A defesa pede que a sessão seja suspensa até que o pedido de suspeição seja analisado", a advogada de defesa de Flordelis, Janira Rocha.
O presidente da comissão, Paulo Azi (DEM-BA), recusou o pedido.
"Se porventura esta comissão considerar o trabalho do relator suspeito, é óbvio que todo o encaminhamento que for dado de agora em diante será anulado, mas estamos aqui para entrevistar pessoas que estão presas e há uma série de trâmites burocráticos para viabilizar as oitivas. Não vejo, neste momento, justificativa para suspender a presente reunião".