Faltava pouco para a Bárbara conhecer as gêmeas que estavam a caminho. Mas a tosse fez com que ela procurasse atendimento médico. O sintoma era sinal da Covid-19 e, dois dias depois, Bárbara já estava na sala de cirurgia para ter os bebês.
"Elas nasceram, escutei o choro de uma e da outra e a todo momento, 'vou poder ver elas?'. Ninguém me respondia e foi chegando o momento que a médica chegou pra mim e disse que teriam que me intubar", lembrou-se.
Depois do parto, ela foi intubada imediatamente. Foram 10 dias em estado crítico e mais 13 dias internada para tratar a Covid-19 no Hospital Dr. Jayme dos Santos Neves, na Serra.
"Meu maior medo era morrer, não ver mais meu filho, não conhecer minhas filhas e não voltar para o meu marido", desabafou.
Os funcionários do hospital deram muita força para a Bárbara. "Eles são muito carinhosos, sentem a dor do paciente. Eu estava acordada, colocavam louvores para eu ouvir ou oravam comigo. Isso me ajudou muito", contou.
A volta para casa aconteceu na última segunda-feira (12). As gêmeas Maria Julia e Maria Elisa conheceram a mãe quando já tinham 24 dias de vida. E Bárbara garante que esse encontro só foi possível graças à equipe médica que esteve ao lado dela o tempo todo.
Em um encontro virtual, Bárbara agradeceu a algum dos funcionários do hospital que a ajudaram a se recuperar.
"Olá, gente! Agora tá tudo bem, sem chororô. Eles são anjos, merecem todo o valor, porque o trabalho que eles fazem é excepcional, eu jamais imaginaria uma equipe assim", disse Bárbara durante o encontro.
Entre os profissionais, a emoção de presenciar a cura falou alto, como contou o fisioterapeuta Hermando e a técnica de enfermagem Lorrayne, que também conheceram as gêmeas virtualmente.
"Saber que as crianças têm a mãe em casa , isso deixa nosso coração muito feliz, mesmo com toda a carga de trabalho exaustiva. Isso é muito gratificante ", disse Hermando Campos.