Da unidade, Emilly foi encaminhada para o Hospital de Campanha de Natal, onde o pai já estava internado, e ficou inicialmente em uma enfermaria. No dia 16, ela precisou ser intubada e apresentava em estado mais grave que o do pai. A jovem não resistiu e faleceu por volta de 1h40 desta quarta (31).
Segundo a família, a jovem não tinha comorbidades.
Na família, a mãe foi a única que não adoeceu. Emanuelly Cavalcante, irmã de Emily, também pegou a doença e foi a primeira a apresentar sintomas, em 27 de fevereiro. "A gente nunca imagina como a doença vai reagir. Em momento algum, a gente imaginou que passaria por uma tragédia dessas na nossa família. Por isso eu gostaria de reforçar que as pessoas tivessem cuidado. É uma dor muito grande", afirmou Emanuelly.
"Doutor João", como era conhecido o pai, estava atuando desde o início do ano nas UPAs de Cidade da Esperança e do bairro Potengi, além do Hospital dos Pescadores e unidade básica de saúde de Mãe Luiza. Ele era clínico geral, mas atuava no setor de pediatria em todas as unidades e já tinha tomado duas doses de vacina contra a doença, segundo a filha.
No dia 3 de março, João começou a apresentar sintomas da Covid-19 e o quadro se agravou no dia 10, quando foi internado na UPA de Cidade da Esperança. No dia seguinte, foi transferido para o Hospital de Campanha, sendo intubado. Ele apresentou melhora e chegou a ser extubado, mas voltou a passar pelo procedimento e faleceu na segunda-feira (29).
O corpo de Dr. João foi sepultado na segunda-feira (29) em Sítio Novo. O sepultamento de Emilly deverá acontecer no mesmo local nesta quinta-feira (1º). Nas redes sociais, Emanuelly afirmou que o pai e a irmã tinham uma ligação muito forte, quase "sobrenatural".
"A gente não entende as coisas de Deus no momento, mas cabe a nós ficar com as memórias boas dos dois e agradecer por todo tempo que tivermos com eles. Foram momentos muito felizes. Não tenho como mensurar o amor que eu tenho por eles e a gratidão a Deus por eles terem vivido uma vida plena de felicidade", declarou.