Ao menos 230 pessoas com Covid-19 ou suspeita morreram na fila por um leito de UTI na Grande SP
30/03/2021 16:25 em Brasil

Ao menos 230 pessoas com Covid-19 ou suspeita da doença não resistiram à espera por um leito de UTI e morreram até esta terça-feira (30) na Grande São Paulo.Todas as mortes ocorreram no mês de março, o que significa 7 óbitos por dia nessas condições.

Franco da Rocha tem o maior número de mortes de pessoas quem morreram sem a chance de lutar pela vida em uma unidade de terapia intensiva: 42 pessoas, ao mesmo tempo em que se vê pessoas caminhando tranquilamente sem máscara nas ruas da cidade.

O hospital de campanha, que funciona anexo à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Franco da Rocha está sendo ampliado com mais 20 vagas. Hoje há 43 pacientes internados no local, uma taxa de ocupação de 89%

As outras cidades que mais registraram mortes assim foram Ribeirão Pires, com 36, Taboão da Serra, com 28 e Francisco Morato, com 27.

Em praticamente todos os casos, as prefeituras e os hospitais disseram que vagas de UTI haviam sido solicitadas por meio do sistema estadual de regulação de leitos, o Cross, mas os pedidos não foram atendidos por indisponibilidade de vagas ou impossibilidade de fazer a transferência de pacientes em estado grave.

 

Em todo o estado de São Paulo, mais de 1.500 pessoas com Covid-19 ou suspeita esperam na fila por um leito de UTI. Só na capital, ao menos 606 pessoas estão à espera de um leito de UTI.

Nesta terça, São Paulo bateu pela 4ª vez o recorde de registros de mortes por Covid-19 em um único dia. Foram 1.209 óbitos registrados nas últimas 24 horas. Com isso, o estado chega a mais de 73 mil vidas perdidas desde o início da pandemia, e mais de 2,4 milhões de casos confirmados.

Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, São Paulo registrou 3.001 novas internações só na segunda-feira (29).

Na rede particular, a situação também é delicada. O infectologista-chefe do hospital A.C. Camargo diz que faltam medicamentos para intubação.

"O paciente que está intubado precisa de conforto, de sedação e analgesia, e, em alguns casos, de bloqueio neuromuscular, que é outro tipo de medicação. O que a gente tenta fazer é substituir alguns medicações. Sem elas é impossível manter um paciente intubado. Imagina um paciente acordado com um tubo na garganta e um aparelho tentando insuflar pra dentro dos pulmões. Não dá, impossível", explicou o dr. Ivan França.

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