O Fantástico teve acesso a essas perícias, que geraram um pedido do Ministério Público da Bahia sobre mais informações.
Uma força-tarefa com 70 homens foi mobilizada no cerco ao capitão, mas somente três PMs conseguiram localizá-lo, no dia 9 de fevereiro.
Segundo o depoimento desses três policiais, eles deram voz de prisão contra o ex-capitão da varanda. Como Adriano não respondeu, forçaram a porta.
Assim que a arrombaram, Adriano disparou sete vezes, mas não acertou ninguém. Na mesma hora, dois dos três PMs revidaram, com um tiro cada um — os dois atingiram o miliciano.
A necropsia feita no Rio de Janeiro trouxe detalhes desses tiros que mataram Adriano. Um projétil, segundo o laudo, parece ter vindo rente ao chão.
Uma das balas entrou pela cintura, do lado esquerdo, saiu pela clavícula e entrou novamente no corpo de Adriano, alojando-se no pescoço.
“É um tiro absolutamente em que a vítima provavelmente já estava deitada. Isso precisa ser esclarecido. Esse tiro deveria entrar e sair numa posição paralela ao solo”, diz o perito Nelson Massini.
Outro dado do laudo é a falta de vestígios de pólvora nas mãos do miliciano — apesar de, segundo os PMs, Adriano ter atirado sete vezes.
“Isso fala a favor de que ele não atirou, a princípio, mas é preciso justificar o porquê dessa negatividade”, diz Massini.
Um terceiro destaque são lesões na região da cabeça de Adriano. Massini destaca que os ferimentos foram feitos enquanto o miliciano ainda estava vivo — mas não foram explicados pelos policiais.
“Em que momento isso foi feito? Se você teve a oportunidade de se aproximar dele e dar essas pancadas na cabeça, por que não prendê-lo?”, pontuou o perito.