Maria fez um relato emocionante ao podcast o Assunto sobre a morte do filho, que não chegou a receber atendimento médico a tempo.
A enfermeira Andreza Sécolo, que recebeu o pedido de vaga para Renan ser transferido para uma vaga de UTI relatou como foi a procura por leito para o jovem: "Assim que liberou a vaga, nós ligamos na unidade de São Mateus em que ele estava. E aí nós fomos informados que ele tinha acabado de morrer".
Renan foi o primeiro paciente de Covid-19 a morrer sem receber atendimento necessário em uma UTI. A informação foi confirmada na quinta-feira (18) pelo prefeito Bruno Covas (PSDB).
Ele chegou à unidade em estado grave e foi atendido. Segundo a prefeitura, foi feito um pedido de leito no Sistema Cross, que regula vagas do SUS no estado, mas não foi disponibilizado a tempo.
Em entrevista na segunda-feira (15), a mãe de Renan, Maria de Jesus Ribeiro Andrade, disse que chegou a falar com o filho por uma videochamada logo após a confirmação do diagnóstico.
"Não deu tempo por falta de socorro. Por falta de oxigênio, o meu filho não está aqui.”
Segundo o relatório médico, Renan deu entrada na UPA na noite de 11 de março, com dificuldade de respirar.
Foram feitos exames, e ele foi mantido em observação. No dia 12, a unidade solicitou vaga para o Cross, que foi liberado às 17h38 do dia 13. Renan morreu às 17h19 do mesmo dia.
De acordo com o documento, Renan teve uma piora no "quadro respiratório" e, por não haver ventiladores disponíveis, o pedido ao Cross foi atualizado como "urgência". Ainda na tarde do dia 13, Renan foi intubado, mas teve parada cardiorrespiratória.
Um grupo de motociclistas fez uma corrente de oração em frente à casa de Renan. Érica Cardoso, prima de Renan, conta que ele ficou em uma cadeira de rodas, porque não tinha leito, nem maca para que ele se acomodasse.
Maria de Jesus fez um apelo a todos. “Gente, não deixem mais nenhuma mãe, nenhum pai sofrer o que eu estou sofrendo pela perda do meu filho.”