Agentes da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) prenderam, na manhã desta terça-feira (2), quatro suspeitos de integrar uma organização criminosa especializada em furto de petróleo diretamente de dutos da Transpetro/Petrobras. Ao todo, os agentes visam cumprir cinco mandados de prisão e 14 de busca e apreensão.
Um dos alvos da ação é um capitão da Polícia Militar, que não foi localizado e já é considerado foragido. Segundo as investigações, Marcelo Queiroz dos Anjos, lotado na Diretoria Geral de Pessoal da PM, é um dos líderes do esquema.
Capitão Marcelo Queiroz é considerado foragido pela Polícia Civil e o Ministério Público — Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
Walmir Aparecido Marin, denunciado pelo Ministério Público e empresário do município de Rolândia, no Paraná, já havia sido preso em 2020 na operação Sete Capitães II. Ele era o responsável por levar o combustível furtado até o interior do Paraná.
GIlson Cunha Júnior, que também era responsável por coordenar o transporte do combustível até o receptador, foi um dos presos na operação. O prejuízo com as perfurações realizadas pela organização criminosa é de aproximadamente R$ 2 milhões.
Desde 2015, foram 259 incidentes registrados de tentativas ou furtos consumados de combustível em dutos da Petrobras, de acordo com fontes do G1.
2015 – 11
2016 – 32
2017 – 95
2018 – 69
2019 – 40
2020 – 12 (até setembro)
Abertura de ruas e túneis
Túnel perfurado por quadrilha para roubar petróleo de duto da Petrobras — Foto: Divulgação
As investigações duraram seis meses, iniciando-se após uma perfuração de dutos da Transpetro no município de Guapimirim em junho de 2020.
Os agentes também identificaram perfurações para furto de petróleo em Nova Iguaçu e em Queimados, também na Baixada Fluminense.
Nestes municípios, foram furtados, respectivamente, 47 mil litros e 21 mil litros de petróleo, totalizando 169, 5 mil litros do combustível em três roubos diferentes.
"Chamou a atenção a sofisticação dessa organização criminosa, que passou a furtar milhares de litros da Petrobras, causando um prejuízo de R$ 2 milhões. Conseguimos concretizar pelo menos três furos, feitos com perfeição", afirmou o delegado André Leiras, delegado titular da Delegacia de Serviços Delegados (DDSD), no Bom Dia Rio.
Em Queimados, os criminosos chegaram a construir um túnel subterrâneo para acessar o duto e também alugaram uma retroescavadeira para abertura de uma via de acesso para caminhões tanque para retirar o petróleo.
Os mandados são cumpridos no Rio, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense e Itaboraí, Região Metropolitana. Também são cumpridas ordens de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
De acordo com as investigações, o petróleo subtraído no Rio de Janeiro era transportado para a cidade de Rolândia (Paraná), para adulteração e revenda.
"Essa investigação será desdobrada para alcançar outros membros dessa organização criminosa", disse o delegado.