Pesquisadores da Universidade de Oxford informaram nesta sexta-feira (6) que a vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela universidade em parceria com a farmacêutica AstraZeneca é eficaz contra a variante britânica B.1.1.7. Os testes, feitos em laboratório, mostraram uma eficácia estimada de 75%. A vacina de Oxford é uma das aprovadas no Brasil.
Os resultados foram divulgados em versão prévia, sem revisão por outros pesquisadores. Estas são as primeiras descobertas sobre a eficácia do imunizante de Oxford contra novas variantes.
O estudo avaliou voluntários com infecção sintomática e assintomática das fases 2 e 3 dos testes entre outubro de 2020 e janeiro de 2021 e identificaram com qual cepa do coronavírus eles haviam sido infectados após a vacinação.
Os resultados mostraram que os anticorpos neutralizantes gerados pela vacina são mais baixos para a variante, mas a eficácia da vacina é semelhante à da cepa original. "As descobertas sugerem que os títulos de anticorpos neutralizantes são suficientes para fornecer proteção contra a Covid-19", diz o estudo.
“Os dados de nossos testes da vacina ChAdOx1 no Reino Unido indicam que a vacina não apenas protege contra o vírus pandêmico original, mas também contra a nova variante B.1.1.7, que causou o aumento da doença a partir do final de 2020 em todo o Reino Unido”, disse o investigador-chefe do ensaio da vacina de Oxford, Andrew Polland.
Os pesquisadores não informaram eficácia sobre as variantes sul-africana e brasileira.
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Outros estudos sobre variantes
Nas últimas semanas, a Pfizer e a Moderna anunciaram que suas vacinas contra a Covid-19, ambas com a tecnologia de RNA mensageiro, conseguiram neutralizar duas variantes do coronavírus em laboratório: a britânica (B.1.1.7) e a sul-africana (B.1351 ou 501Y.V2).
A Johnson anunciou que sua vacina, que usa o RNA do coronavírus carregado por outro vírus para dentro do corpo (tecnologia de vetor viral), teve 57% de eficácia contra a variante da África do Sul. O índice foi menor do que o encontrado para outras variantes do vírus, mas acima do mínimo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é de 50%.
Um outro estudo indicou que duas vacinas chinesas – a BBIBP-CorV, da Sinopharm, e a ZF2001, da Anhui Zhifei Longcom e Academia Chinesa de Ciências Médicas – conseguiram neutralizar a mutação da África do Sul em laboratório.