A mãe de Ana Clara afirma que não havia criminosos no local nem troca de tiros no momento que a filha foi atingida.
Cristiane Gomes da Silva disse ainda que um policial falou para outro que ele havia feito "besteira", ao encontrarem a menina baleada.
“Eles simplesmente subiram, tinha dois meninos sentados mexendo no celular. Um se rendeu, e o policial continuou dando tiro. De lá mesmo, ele conseguiu acertar minha filha. O menino continuou falando ‘sou morador, sou morador’. Eu corri para ver minha filha que estava no chão. Ele foi falar com o menino e um policial falou para o outro ‘você fez besteira, você fez besteira’”, contou Cristiane.
“Eu gritava para ele socorrer minha filha. Minha filha estava com o osso exposto. Eu fiquei gritando ‘salva minha filha’, e ele não pegava minha filha. Ele pegou minha filha de qualquer jeito, botamos dentro da viatura. Eu falei para eles ‘vocês mataram a minha filha, acabaram com a mina vida’. Eles acabaram com a vida da minha filha de 5 anos”, completou a mãe da vítima.
"Eu falei na viatura que ele tinha matado a minha filha, eles ficaram falando que não. Minha filha estava agonizando. Até que minha filha me olhou, acho que ela se despediu de mim. Acho que foi tipo ‘Tchau, mãe. Estou indo, não vou aguentar”. Ela tentou, mas não deu”, disse a mãe da vítima.
PM e Polícia Civil investigam
A Secretaria de Polícia Militar do RJ informou, nesta terça-feira (2), que abriu um um "procedimento apuratório interno para apurar a conduta dos policiais do batalhão no episódio".
"O 12º BPM (Niterói) recolheu as armas dos policiais. A ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) e está em andamento", diz a nota.
A Polícia Civil informou que um inquérito foi instaurado para apurar a morte da menina de 5 anos. Segundo os investigadores, será realizado confronto balístico nas armas dos PMs. Equipes da Delegacia de Homicídios realizam diligências para descobrir a orgiem dos disparos.
A Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, por meio da Subsecretaria de Vitimados, também se manifestou, comunicando que ofereceu atendimento social e psicológico para a família de Ana Clara Machado. "A equipe psicossocial conversou com a família da vítima essa tarde e vai acompanhar o caso", informa a nota.