Vereadora Erika Hilton registra boletim de ocorrência por ameaça após ser perseguida dentro da Câmara de SP
28/01/2021 10:40 em Brasil

A vereadora Erika Hilton (PSOL) registrou um boletim de ocorrência por ameaça nesta quarta-feira (27), após ser perseguida por um homem dentro da Câmara Municipal de São Paulo na tarde da última terça (26).

Hilton, de 27 anos, é a primeira mulher trans a ocupar uma cadeira no legislativo municipal. Ela foi a mulher mais votada e a sexta no ranking geral, atrás apenas de veteranos como Suplicy (PT) e Milton Leite (DEM).

Ativista dos Direitos Humanos, Erika foi codeputada na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo pela Bancada Ativista (PSOL) em 2018.

Segundo o relatado à polícia, um homem que portava uma bandeira e usava máscaras com símbolos religiosos entrou no gabinete pedindo insistentemente para falar com a parlamentar.

Aos assessores, ele se apresentou como "garçom reaça" e disse ser uma das pessoas que está sendo processada pela vereadora.

No início de janeiro, Erika protocolou uma ação contra 50 pessoas suspeitas de fazer ameaças transfóbicas e racistas contra ela na internet.

Antes de sair do gabinete, ele deixou uma carta para ser entregue à vereadora. Nela, afirmava que acompanhava o trabalho de Erika à época em que ela foi codeputada na Alesp, e dizia ser garçom do restaurante do Círculo Militar, que fica ao lado da Assembleia, na Zona Sul da capital.

A vereadora Erika Hilton (PSOL) registrou um boletim de ocorrência por ameaça nesta quarta-feira (27), após ser perseguida por um homem dentro da Câmara Municipal de São Paulo na tarde da última terça (26).

Hilton, de 27 anos, é a primeira mulher trans a ocupar uma cadeira no legislativo municipal. Ela foi a mulher mais votada e a sexta no ranking geral, atrás apenas de veteranos como Suplicy (PT) e Milton Leite (DEM).

Ativista dos Direitos Humanos, Erika foi codeputada na Assembleia Legislativa do estado de São Paulo pela Bancada Ativista (PSOL) em 2018.

Segundo o relatado à polícia, um homem que portava uma bandeira e usava máscaras com símbolos religiosos entrou no gabinete pedindo insistentemente para falar com a parlamentar.

Aos assessores, ele se apresentou como "garçom reaça" e disse ser uma das pessoas que está sendo processada pela vereadora.

No início de janeiro, Erika protocolou uma ação contra 50 pessoas suspeitas de fazer ameaças transfóbicas e racistas contra ela na internet.

Antes de sair do gabinete, ele deixou uma carta para ser entregue à vereadora. Nela, afirmava que acompanhava o trabalho de Erika à época em que ela foi codeputada na Alesp, e dizia ser garçom do restaurante do Círculo Militar, que fica ao lado da Assembleia, na Zona Sul da capital.

 

Após o ocorrido, a vereadora pediu o apoio da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Ela também passou a andar acompanhada de um segurança particular.

No boletim, ela relata o constrangimento com a situação, o temor por sua integridade física e pede que sejam adotadas medidas para sua proteção.

G1 entrou em contato com a Câmara Municipal e aguarda retorno.

 

Outro caso

 

Na madrugada desta terça (26), a casa da covereadora da bancada feminista do PSOL em São Paulo, Carolina Iara, foi alvo de tiros na Zona Leste da capital.

Carolina procurou a Polícia Civil para registrar ocorrência do caso no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Ao menos dois tiros foram efetuados contra a residência, mas ninguém foi ferido. A polícia tenta identificar os autores dos disparos.

Câmeras de segurança da região registraram um carro branco parando em frente ao local no mesmo horário em que os disparos foram efetuados.

Segundo a bancada do PSOL, Iara, que é negra, travesti e portadora do vírus HIV, estava dormindo quando ocorreram os tiros.

A bancada considera que a covereadora foi vítima de um “crime político” por tudo que representa “como liderança de movimentos de pessoas trans”.

Em entrevista ao SP2, Carolina Iara afirmou que foi alvo de uma tentativa de intimidação.

“Tudo indica que foi do portão que atiraram para a parede da minha sala, quando percebi esses dois sinais de tiros. E naquele momento eu percebi que não era algo do acaso, não era uma bala perdida. Percebi que a minha casa foi alvejada, não sabemos ainda por quem, por qual motivo, mas uma covereadora, de mandato coletivo, que é uma mulher negra e trans, está sendo ameaçada na maior cidade do país”, afirmou.

 

Mandato coletivo

 

A Bancada Feminista do PSOL é formada por cinco integrantes na Câmara Municipal de Vereadores de São Paulo.

A chapa conquistou o primeiro mandato coletivo do legislativo paulistano e tomou posse em 1º de janeiro, após receber 46.267 votos e conquistar a sétima maior votação da cidade no pleito de outubro de 2020.

O mandato coletivo empossado é composto por Silvia Ferraro, professora de História da rede municipal. Também fazem parte da bancada Paula Nunes, ativista do movimento negro Afronte, Carolina Iara, travesti e pesquisadora sobre empregabilidade de pessoas negras que vivem com HIV, Dafne Sena, trabalhadora de aplicativos e militante ecossocialista, e Natália Chaves, militante do veganismo.

Nas experiências brasileiras de mandatos coletivos, o vereador eleito compartilha as decisões do mandato com um grupo de pessoas chamados co-vereadores. Esse modelo não é previsto na lei e exige um acordo informal entre os integrantes.

Além do registro de investigação da Polícia Civil, a bancada feminista do PSOL afirma que vai pedir proteção para todas as integrantes do mandato.

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