Médico nutrólogo acusado de abusos sexuais é preso em SP.
14/12/2020 11:08 em Brasil

O médico nutrólogo Abib Maldaun Neto, acusado por ex-pacientes de abusos sexuais, foi preso na manhã desta segunda-feira (14) próximo ao Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. A Justiça já tinha decretado a prisão preventiva do médico no início do mês. O preso foi levado para a Divisão de Capturas da Polícia Civil de São Paulo, na Rua Brigadeiro Tobias, no Centro da capital paulista. Por ter ensino superior, o preso poderá ficar em uma cela especial. Ainda não foi definido o local em que ficará preso. De acordo com polícia, o médico foi preso após abordagem da Polícia Militar. No entanto, a defesa do nutrólogo nega a informação e diz que ele se apresentou espontaneamente, mas não cita o local em que se entregou.

 

Prisão decretada

A decisão, segundo a juíza Ana Cláudia dos Santos Sillas, da 26ª Vara Criminal, deve-se "à gravidade dos crimes imputados ao médico, praticados no exercício da sua função", e para impedir que haja o desaparecimento de provas indispensáveis ao processo. A magistrada entendeu ainda ser grave o fato do nutrólogo já ter sido condenado pelo mesmo crime e que, durante a tramitação do caso, continuou praticando atos semelhantes com outras pacientes. Ele sempre negou a prática dos crimes e disse que iria se defender na Justiça. A defesa do nutrólogo ainda não se manifestou oficialmente sobre a decisão.

Ao determinar a prisão, a juíza também aceitou uma nova denúncia contra Maldaun Neto e o tornou réu pela segunda vez por crimes cometidos dentro do consultório dele na cidade de São Paulo.

 

Abuso sexual mediante fraude

O Ministério Público acusa o médico pelo crime de violação sexual mediante fraude. Na denúncia, apresentada à Justiça no começo de novembro, 16 mulheres - sendo 9 vítimas e 7 testemunhas - relatam abusos cometidos entre os anos de 1997 e 2020 dentro do consultório do nutrólogo, localizado na cidade de São Paulo. No caso das 7 testemunhas, os crimes referentes a elas já prescreveram e a promotoria optou por colocá-las como testemunhas. “As circunstâncias são idênticas. Além da palavra da vítima, temos provas documentais. Não é uma palavra isolada, é um conjunto de provas”, disse a promotora Maria Fernanda Marques Maia, responsável pela investigação, na época das denúncias virem a público. Abib Maldaun Neto já havia sido condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo por violação sexual mediante fraude em regime semi-aberto, mas respondia em liberdade. Em julho de 2018, a decisão em relação ao abuso de uma paciente em 2014 foi dada em primeira instância. A defesa do médico recorreu e a condenação em segunda instância ocorreu em 30 de julho de 2020, sendo divulgada pela revista Veja e confirmada pela GloboNews.

Após a reportagem veiculada pela GloboNews e pelo Fantástico, no fim de setembro, novas denúncias foram feitas e resultaram em uma segunda investigação. o MP-SP tentou ouvir Abib Maldaun Neto, mas após ser intimado ele alegou - por meio de sua advogada - problemas de saúde que o impediriam de comparecer presencialmente ao depoimento.*G1

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