Sob pressão de aliados, Maia anuncia nesta segunda nome que apoiará na disputa da Câmara.
14/12/2020 09:49 em Brasil

Sob pressão de aliados, que reclamam da indefinição, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciará hoje o nome que seu bloco de partidos apoiará para disputar o comando da Casa, em fevereiro de 2021. Até o momento, a única candidatura colocada é a de Arthur Lira (PP-AL), que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro no pleito e, a despeito da questão ideológica, faz uma ofensiva sobre partidos de esquerda como PT, PSB, PDT e PCdoB. O apoio dessas legendas é considerado decisivo — algumas delas acenam ainda com a candidatura própria, em resposta à demora de Maia para delinear o quadro. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP) são os mais cotados do grupo do presidente da Câmara. O martelo será batido após reunião presencial envolvendo lideranças de DEM, MDB, PSL, PSDB, Cidadania e PV — os seis partidos que integram o bloco de Maia. O grupo estuda até o último momento qual dos dois nomes teria mais chances em uma composição com resto da Câmara. Aguinaldo Ribeiro tem a vantagem de ser um nome mais palatável para a esquerda, enquanto a candidatura de Baleia Rossi, presidente nacional do MDB, é uma espécie de garantia de que os outros 33 deputados do partido não migrarão para Lira — como a votação é secreta, a avaliação é que boa parte dos emedebistas votem em Lira se Aguinaldo for candidato, mesmo com a permanência oficial do MDB no bloco de Maia. É justamente esse cálculo que tem provocado demora, por parte de Maia, de anunciar seu nome na disputa. Como a esquerda tende a ser fiel da balança na eleição, há favoritismo para Aguinaldo, que tem mais entrada em partidos como o PT, maior bancada da Casa, com 54 parlamentares. A indefinição, no entanto, faz com que petistas e pedetistas estudem lançar um nome. — Já aguardamos muito tempo. Se Rodrigo Maia não definir esse nome logo, o PDT vai lançar a candidatura de Mário Heringer (MG) nesta terça-feira — frisou o presidente do PDT, Carlos Lupi. Lira tem atuado para que dissidências e divisões internas em partidos de esquerda o favoreçam. Para isso, tem atuado no “varejo”, negociando individualmente com deputados desse campo. Maia, por sua vez, vem tentando costurar acordos com líderes e presidentes de partidos de esquerda para que haja unidade no apoio ao seu escolhido, o que tem consumido mais tempo. O fato de o voto ser secreto, no entanto, torna mais difícil esse tipo de acordo “por cima”. A demora de Maia em anunciar o candidato de seu bloco já trouxe consequências negativas para o presidente da Câmara. Lira obteve um indicativo de apoio de 18 dos 31 deputados do PSB — depois disso, na sexta-feira, o diretório nacional do partido emitiu uma resolução “recomendando” o não apoio de deputados da sigla ao candidato de Bolsonaro. Partidos como PT e PCdoB, por sua vez, aceitaram ouvir as propostas de Lira. A parlamentares de esquerda, o candidato do Planalto tem dito que, se eleito, não botará em votação pautas de costumes ligadas ao conservadorismo.*G1Foto: Edilson Dantas / Agência O Globo

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