Aposentada reúne coleção com mais de 200 bonecas em Boa Vista: 'são minha companhia'.
08/12/2020 09:13 em Brasil

“Eu me sinto muito bem com elas. É meu divertimento porque fico muito sozinha. Os netos estão todos casados, os filhos também. Eu fico aqui noite e dia só, elas são minha companhia”.

É assim que a aposentada Rita Aparecida de Freitas, de 83 anos, descreve a paixão por bonecas. Em sua casa, no Centro de Boa Vista, ela reúne mais de 200 ‘filhas’, como gosta de chamá-las.

Rita afirma que, quando criança, não tinha condições de ter bonecas e o fascínio surgiu aos 60 anos, quando ganhou a primeira. A partir daí, passou a ser presenteada com novas ‘filhas’ por amigos, familiares e até desconhecidos. “Na infância, minha boneca era de sabugo, eu não tinha boneca. Fui criada dentro do mato, só trabalhando, capinando, levando água na cabeça. Ganhei a primeira com 60 anos. Minha cunhada perguntou se eu queria essa boneca e eu disse que sim. Eu trouxe, guardei e comecei a gostar, porque eu nunca havia tido uma”, lembra. A coleção de Rita, montada há 23 anos, inclui bonecas grandes, pequenas, no formato de bebês, crianças, em material de plástico, de borracha, pano. É uma infinidade do brinquedo que até ela não sabe ao certo o número exato, mas estima que o acervo ultrapasse 200 exemplares. Toda a coleção de bonecas fica guardada em um quarto dentro da casa da aposentada. O espaço tem até ar condicionado para manter o bom estado de conservação delas. Rita afirma, no entanto, que por conta de ciúmes das ‘filhas’, dificilmente deixa alguém entrar. Natural de Paraíba, a aposentada veio para Boa Vista com 9 anos de idade. Apesar de ter familiares na capital, ela conta que passa muito tempo sozinha, por isso, as bonecas se tornaram duas maiores parceiras no dia a dia. “São minhas filhas. Converso com elas como converso com qualquer pessoa”. Com isolamento social, ocasionado pela pandemia de coronavírus, ela precisou se distrair ainda mais. Como não podia sair de casa, em fevereiro aprendeu a costurar e fez roupas para todas as bonecas. “Aprendi a costurar por causa delas. Vou no Centro, vejo modelo de roupas, chego em casa e vou fazer. É meu divertimento fazer roupinhas. Quando eu faço para uma, tenho que fazer para as outras, para não ficarem com ciúmes. Comecei em fevereiro e terminei essa semana. Fiz para todas, nenhuma ficou sem roupa”. O cuidado com as bonecas é tão grande que algumas já estão até de viagem marcada para um hospital de brinquedos, em Fortaleza. Ela conta que vai aproveitar a visita de uma filha que mora no estado para mandar algumas bonecas que precisam de reparo.*G1— Foto: Juliana Dama/G1 RR

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