Uma semana depois, caminhoneiro que viu tragédia em Taguaí não consegue dormir: 'Escuto as vítimas gritando'.
02/12/2020 09:47 em Brasil

Uma semana depois da tragédia entre um ônibus e caminhão na rodovia Alfredo de Oliveira  Carvalho, sobreviventes e outras pessoas envolvidas estão chocadas com as 42 mortes em Taguaí (SP). O caminhoneiro Tiago dos Santos, de 35 anos, trafegava pela rodovia e presenciou o acidente. Segundo uma das hipóteses levantadas pela polícia para a batida, o motorista do ônibus pode ter tentado ultrapassar o caminhão que Tiago dirigia. Ao G1, com exclusividade, Tiago contou que trabalha em rodovias há 15 anos e não tocou no volante do veículo desde a colisão no interior de São Paulo. Abalado, ele explica que irá procurar ajuda psicológica. “Estou em estado de nervo. O barulho do ventilador em casa dá a impressão do acidente e parece que escuto as vítimas gritando. Não consegui dormir na noite passada. Presenciei uma cena de horror e minha mulher disse para eu procurar um psicólogo”, lamenta. Uma perícia foi feita no local da batida e também no ônibus para identificar se houve falha no freio e se o motorista teria tentado desviar de uma colisão traseira, como alegou à polícia. A outra hipótese é que acidente ocorreu em uma possível ultrapassagem do ônibus pela carreta de Tiago em trecho proibido. Segundo Tiago, que havia carregado pó de serra em Avaré e tinha como destino Ipaussu, a carreta trafegava a cerca de 70 quilômetros por hora quando viu o ônibus das vítimas ao lado. Na tentativa de dar passagem, ele jogou a carreta para o acostamento. No entanto, outro caminhão no sentido contrário não conseguiu desviar a tempo.

“Não sei falar o que aconteceu, se faltou freio ou tentou ultrapassar. Só escutei o barulho de pneu atrás e joguei para o acostamento quando vi o ônibus ao meu lado. A outra carreta estava na mão certa e fez de tudo para tirar”, lembra.*G1  — Foto: Carlos Henrique Dias/G1

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