bombril é acusada de racismo nas redes sociais por chamar esponja de aço de 'Krespinha'.
17/06/2020 16:32 em Brasil

A Bombril foi acusada de racismo nas redes sociais devido ao lançamento de uma esponja de aço inox chamada "Krespinha". O produto foi descrito no site da companhia como destinado para "limpeza pesada", de acordo com as críticas postadas em redes sociais desde terça-feira e que se intensificaram nesta quarta-feira. O produto foi removido do site oficial da Bombril. Ao se fazer uma busca no Google, um link era encontrado para a esponja em questão, mas, ao cllicá-lo, o usuário chegava apenas à página geral de produtos da companhia. No Twitter, vários internautas condenaram a atitude da companhia. A hashtag #BombrilRacista aparecia em mais de 36 mil tuítes nos Trending Topics, que aponta os assuntos mais comentados, por volta das 15h desta quarta. O nome do produto foi denunciado pelos internautas como uma referência à associação entre cabelos crespos e esponjas de aço que faz parte do repertório de ofensas racistas que ainda existe no país, apesar da previsão legal dos crimes de racismo. No Instagram, a atriz Zezé Motta foi uma das primeiras a condenar o caso. "O mundo vem se tocando e passa por um processo de conscientização com as nossas crianças para compreender a beleza da nossa raça, nisso vem a empresa @bombriloficial transparecer o racismo estrutural existente. Respeito, por favor!", escreveu a atriz. "Nem no meio da madrugada a gente consegue não se estressar nessa m***. 'Novo' lançamento da Bombril", escreveu a usuária Elisa. "Acabei de tirar esse print do site da @BombrilOficial e estou extremamente ofendida e chateada com isso, é inacreditável que em pleno século 21 ainda de encontre esse tipo de coisa. #bombrilRacista", dizia outro tuíte. Segundo o antropólogo e sócio fundador da consultoria Consumoteca Michel Alcoforado, num momento em que os protestos antirracismo tomam conta do planeta após a morte de George Floyd por um policial nos Estados Unidos, a iniciativa da Bombril é no mínimo um anacronismo. -- Me impressiona muito uma marca que sempre esteve bem conectada com a sociedade brasileira, e especialmente com a mulher, cometer um erro grave desses -- diz Alcoforado. -- A esponja foi originalmente lançada em 1952, em São Paulo, e hoje não é mais possível fazer esse tipo de associação de duplo sentido com o cabelo das pessoas negras. Nos anos 1950, o produto, da S. A. Barros Loureiro,  tinha o desenho de uma criança negra na embalagem.*G1Foto: Reprodução do Twitter

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