FILHO QUER FERRARI QUE VIROU SUCATA: 'ÚLTIMA LEMBRANÇA QUE TENHO DO MEU PAI'.
10/06/2020 16:49 em Brasil

A Ferrari Dino 208 GT4 que virou sucata em um pátio a céu aberto em Santo André, na região metropolitana de São Paulo, remete à infância do empresário Bruno Lazar, de 34 anos, filho do proprietário do veículo, o romeno Ferry Lazar, que morreu em 2014, aos 65 anos. O carro italiano desperta uma das poucas lembranças de uma relação distante entre pai e filho. Ele menciona um passeio na Ferrari, em 1999, pelo centro de São Paulo ao lado do pai. "Andamos de carro pela Avenida Paulista. Ele me mostrou a Ferrari, que tinha acabado de consertar. Foi a última vez que eu andei e uma das poucas vezes que encontrei meu pai", lembrou Bruno Lazar em entrevista a ÉPOCA. Ferry Lazar adquiriu a Gino 208 GT4 em 1985. O veículo teria vindo pelo Paraguai sem o pagamento regular dos impostos, o que posteriomente motivou um inquérito por importação indevida. A investigação sobre a origem do carro teve início depois que Ferry Lazar perdeu o carro, segundo o relato do filho. Ele conta que a cor original da Ferrari era azul, mas o romeno decidiu pintá-la na cor amarela. Ao retornar para retirá-la, o dono da oficina havia desaparecido com o veículo. Um ano depois, o carro foi localizado e acabou apreendido pela polícia, que iniciou uma investigação sobre uma possível alteração de chassis. No curso dessa apuração, a importação do veículo também passou a ser questionada. De acordo com a Prefeitura de Santo André, responsável pela administração do pátio, a Ferrari chegou por lá em 17 de março de 2010. E segue impedido de ser vendido ou leiloado em função das questões judiciais. Na semana passada, uma reportagem do UOL registrou o estado atual da Ferrari, que virou uma sucata com a ação do tempo. A história despertou em Bruno não apenas a recordação de seu passado, como também a vontade de recuperar o veículo. "Fiquei uma semana inteira chorando sem saber o porquê. Sinto que meu pai estava do meu lado nesses dias e tentou me mostrar algo, para que eu quebrasse essa dificuldade que tenho de expor o que aconteceu. Se eu não falasse disso, ninguém saberia mais dessa história", afirmou o empresário. Ele se refere à relação distante que mantinham. Bruno sempre morou em São Paulo com a mãe, brasileira, e conheceu Ferry apenas com quase 4 anos de idade. Daí em diante, o contato entre eles passou a ocorrer cerca de duas vezes por ano. O romeno e seus familiares se mudaram para o Brasil no início da década de 1980 depois de peregrinar por outros países após a Segunda Guerra Mundial. De acordo com Bruno, o pai se estabeleceu como empresário na capital paulista.*G1Foto: Amanda Perobelli/Folhapress

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