Médica relata ter sofrido agressões por parte de frequentadores de 'festas de corona' no Grajaú.
Brasil
Publicado em 01/06/2020

A médica Ticyana D'Azambuja, de 35 anos, moradora do Grajaú, na Zona Norte do Rio, e que atua na linha de frente do combate ao coronavírus recorreu às redes sociais neste fim de semana para relatar uma outra batalha: pela sua tranquilidade e direito ao descanso. Quando devia estar recuperando as energias para mais um plantão, a profissional disse ter sido agredida por cinco pessoas, que seriam frequentadores de uma suposta "festa do corona", realizada neste sábado, numa casa na Rua Marechal Jofre. A médica contou que teve o joelho esquerdo quebrado e as mãos pisoteadas. As festas nessa casa, segundo o relato da vítima, acontecem há vários meses, mas se intensificaram justamente quando começou a quarentena com a recomendação de distanciamento social para evitar o avanço da Covid-19. Ela contou que fez diversas vezes denúncias à polícia, que só compareceu ao local no dia da agressão. - Estava me sentindo abandonada, humilhada. Por isso fiz essa postagem. O apoio das pessoas me conforta - disse, nesta manhã, Ticyana, que atua no Hospital Pedro Ernesto, numa unidade privada de Niterói e no Hospital de Campanha Lagoa-Barra. Ela admite que, num momento de desespero, já que teria plantão naquela noite e não conseguia descansar por causa do barulho, desceu à rua e, num ato, que classifica como "impensado" quebrou o espelho retrovisor e trincou o para-brisa de um carro estacionado na calçada e isso teria sido o estopim para as agressões. Antes porém, havia pedido para que acabassem com a festa, que estava lotada, sem ter sido atendida. "Foi errado. Foi impensado. Foi estúpido. Mas sou humana e fiz uma besteira contra um bem material de outra pessoa. Não foi um ato contra nenhum outro ser humano, isso eu sou incapaz de fazer. 5 marmanjos (me lembro de uns 5) saíram, e obviamente, bêbados e drogados, típicos 'cidadãos de bem', não estavam para conversa. Apavorada, vi o potencial da besteira que fiz e saí correndo. Me agarraram em frente ao Hospital Italiano. Me enforcaram até desmaiar. Me jogaram no chão e me chutaram. Quando retornei à consciência, gritava por Socorro! Isso aconteceu no dia 30 de Maio por volta de 17h, em plena luz do dia", relatou a médica numa postagem em rede social.*G1Foto: Facebook / Reprodução

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