Auxílio emergencial: partidos na Câmara articulam ampliar prazo e manter valor de R$ 600.
26/05/2020 09:39 em Brasil

Líderes partidários na Câmara dos Deputados articulam a votação de uma proposta para ampliar o prazo e manter o valor do auxílio emergencial de R$ 600. O benefício é pago a autônomos, trabalhadores informais e famílias mais impactadas economicamente pela pandemia do coronavírus. Parlamentares ouvidos pelo G1 disseram nesta segunda-feira (25) que a ideia é construir um texto de consenso nas próximas semanas. A votação em plenário deve ocorrer em meados de junho. O governo já admitiu que avalia estender o benefício, mas em um valor inferior aos atuais R$ 600. Na sexta-feira (22), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que haverá a quarta e "talvez" a quinta parcelas do auxílio emergencial, “mas não de R$ 600”.

A discussão sobre a prorrogação do benefício no mesmo valor pode representar um novo embate com o Executivo, que tem feito gestos para atrair partidos do Centrão e formar uma base no Congresso – por exemplo, acatando indicações para cargos de chefia em ministérios. Nos bastidores, a avaliação é que a discussão sobre a matéria poderá servir como um termômetro da sintonia das legendas do Centrão com o Palácio do Planalto.

Inicialmente, quando o programa foi anunciado, a equipe econômica queria que a ajuda paga fosse de R$ 200. Pressionado por uma iminente derrota no plenário da Câmara, que já havia elevado o valor para R$ 500, o governo reassumiu a pauta e anunciou o valor de R$ 600. A terceira parcela deve ser paga em junho e, por isso, partidos têm agilizado as conversas sobre a prorrogação do benefício. Pelo menos dez projetos de lei sobre o tema já foram protocolados na Câmara. Alguns ampliam o prazo de pagamento por mais três meses e outros propõem estender as parcelas até o fim deste ano. “Quando começamos a debater o pagamento do auxílio, sabíamos que seria importante, mas hoje temos a convicção de que passou a ser fundamental. Não fosse esse auxílio, estaríamos até vivendo riscos sociais, como saques”, avaliou o líder do Cidadania, Arnaldo Jardim (SP).

Jardim apresentou um requerimento para que a Câmara realize um debate no plenário na semana que vem, com especialistas, para discutir a matéria. Questionado sobre a articulação para prorrogar o auxílio no valor de R$ 600, o líder do governo na Câmara, Vitor Hugo (PSL-GO), foi cauteloso. Ao G1, ele ponderou que as conversas na Câmara ainda estão no início e que será preciso analisar o impacto da medida. "O governo já anunciou mais de R$ 1 trilhão em medidas para salvar vidas e preservar empregos. Então, temos que colocar tudo na ponta do lápis. Vamos ver como as conversas vão avançar", afirmou.

Vice-líder do Republicanos, partido que integra o Centrão, o deputado Silvio Costa Filho (PE) seguiu a mesma linha. Disse que defende a extensão do programa, mas, sobre o valor de R$ 600, disse que é necessário ter responsabilidade fiscal.

“Ainda não iniciamos essa discussão internamente no partido, mas defendemos que o auxílio possa ser estendido. No entanto, a gente precisa ter responsabilidade fiscal e econômica com o país. O governo já tomou uma série de medidas. Lógico que o nosso desejo é de que possa haver a prorrogação, mas precisamos ter um ponto de equilíbrio”, disse. *G1

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