Grupo de engenheiros e médicos de SP cria novo modelo de ventilador pulmonar e estima 400 unidades até junho.
Brasil
Publicado em 06/05/2020

Médicos, designers e engenheiros de São Paulo desenvolveram um novo sistema de ventilação pulmonar, de baixo custo e adequado à produção em larga escala, para suprir a demanda por respiradores em hospitais durante a pandemia do novo coronavírus. O objetivo dos pesquisadores é fabricar um equipamento similar aos que já existem no mercado para que ele possa permanecer nos hospitais após o fim do surto de Covid-19. Uma das principais características da doença é o alto índice de pacientes internados que precisam fazer uso de respiradores.

A meta é que o aparelho eletrônico, chamado de VentFlow, custe entre R$ 12 mil e R$ 15 mil e que as primeiras 200 a 400 unidades sejam entregues entre maio e junho. Segundo os pesquisadores, modelos comerciais similares custam até R$ 150 mil e estão em falta no mercado porque dependem de insumos importados. Apesar de ser menos econômico do que outros modelos experimentais, como o protótipo feito pela USP com custo estimado de R$ 1 mil, o equipamento desenvolvido pelo grupo tem outras vantagens: ele é equivalente a aparelhos já usados comercialmente e pode ser produzido em larga escala por indústrias que já demonstraram interesse no produto.

Duas fabricantes já foram licenciadas para a produção dos respiradores no Brasil: uma indústria de equipamentos médico-hospitalares e outra de tecnologia em automação.

A iniciativa é coordenada pela consultoria de inovação Questtonó e inclui grupos de especialistas da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, da Associação Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do Hospital São Paulo e da Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

“Nós partimos da necessidade que um médico tem pra tratar um paciente. Um grupo de médicos detalhou o que era preciso e, a partir daí, os engenheiros criaram uma solução, mas com a gente lado a lado, falando o que funciona. Não é uma solução técnica", explica o médico Luiz Fernando Falcão, professor e vice-chefe de anestesiologia da Unifesp. Segundo o médico, que também é diretor da Sociedade de Anestesiologia de São Paulo, testes feitos na Unifesp mostraram que "o equipamento teve sucesso completo, em análises de trocas gasosas e de mecânica respiratória."*G1— Foto: Reprodução/Questtonó

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