Antes de agravamento da pandemia, desemprego sobe e atinge 12,9 milhões em março.
Brasil
Publicado em 30/04/2020

 A taxa de desemprego no Brasil voltou a subir nos três primeiros meses do ano, segundo dados da Pnad Contínua, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE. O resultado dos três meses encerrados em março foi de 12,2%. Com isso, há 12,9 milhões de desempregados no país e faltava trabalho para 27,6 milhões de pessoas. Nesta conta de falta de trabalho estão os brasileiros sem emprego, os que gostariam de trabalhar mais e não conseguem e os que desistiram de buscar uma vaga. Todos os setores da economia demitiram, segundo o IBGE. Quanto a taxa de desemprego, houve crescimento de 1,2 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em dezembro, que serve como base de comparação para o dado atual, quando 11% dos brasileiros estavam desocupados. No entanto, a taxa é menor do que a registrada nos primeiros três meses de 2019, quando atingiu 12,7%. Nesta semana, o governo admitiu que há 200 mil pessoas que têm direito a seguro-desemprego e não conseguem dar entrada no pedido. Os dados incluem abril, o que pode ser um sinal de que neste mês a situação do mercado de trabalho deve ter se deteriorado. A alta do desemprego no primeiro trimestre encerrado em março reflete dois movimentos: os efeitos do coronavírus na geração de empregos e a dispensa após as contratações do período de festas. Tradicionalmente, nos primeiros meses do ano são registrados muitas demissões de trabalhadores temporários e, consequentemente, aumento da taxa de desocupação. - Grande parte do trimestre ainda está fora desse cenário. Não posso ponderar se o impacto da pandemia foi grande ou pequeno, até porque falamos de um trimestre com movimentos sazonais, mas de fato para algumas atividades ele foi mais intenso - explica Adriana Beringuy, analista do IBGE. Esses efeitos fizeram com que a massa de trabalhadores com emprego tivesse a maior retração desde 2012. A população ocupada caiu de 94,5 milhões, em dezembro, para 92,2 milhões de brasileiros em março. Cerca de 2,3 milhões deixaram de trabalhar no período. Houve demissões em todos  os setores da economia e nos mais diversos tipos de ocupação, como informais e formais. Trata-se de uma queda disseminada em todos os tipos de trabalho. - Foi uma queda disseminada nas diversas formas de inserção do trabalhador, seja na condição de trabalhador formal ou informal. O movimento, contudo, foi mais acentuado entre os trabalhadores informais. Das 2,3 milhões de pessoas que deixaram o contingente de ocupados, 1,9 milhão é de trabalhadores informais - disse Adriana.*G1 Foto: Roberto Moreyra / Agência Globo

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