Nego do Borel tenta cancelar o próprio cancelamento com boas ações e religião: 'Pessoas viraram as costas pra mim'.
Brasil
Publicado em 16/04/2020

Nego do Borel alterna alguma falta de noção e muita religiosidade em sua única música lançada neste ano, a primeira após rompimento do contrato com a gravadora Sony, no fim de 2019. "Vida de Bacana" resume bem os últimos meses da carreira dele, hoje pausada por conta do isolamento social.

Na letra, o funkeiro carioca de 27 anos se diz perseguido e querendo fugir de tretas, mas depois canta: "Nego do Borel falando, tiro na tua cabeça / Agradeço a Deus por tudo, por sempre me proteger". "A maioria dos jovens quer ter uma vida boa, uma vida de bacana. Quando atinge um outro patamar, cria muitas invejas, sabe?", diz ele ao G1, explicando o clipe que chegou a 8 milhões de views em três meses. "Muitas críticas, vocês sabe como é que é. Porque às vezes na nossa música, no nosso trabalho, a gente não estuda para cantar o funk. A gente dá sorte e Papai do céu abençoa pra fazer sucesso."

Nego fala com propriedade quando o assunto é "como é ser criticado". Se existisse um ranking de artistas cancelados no Brasil em 2019, o cantor provavelmente teria ficado no topo.

Ele protagonizou vários episódios polêmicos, com destaque para dois:

·         Fez perguntas de matemática em troca de dinheiro para crianças que trabalhavam no sinal, zoando quando elas erravam;

·         Fez um comentário transfóbico dizendo que a webcelebridade transexual Luisa Marilac era "um homem gato".

O G1 perguntou o que todo mundo quer saber: você se sentiu cancelado? "Em nenhum momento. Eu estou mais do que maduro para viver isso que eu estou vivendo, para viver o que eu vivi. As porradas lá atrás foram maiores. Hoje tudo o que vem é lucro." O funkeiro também buscou apoio na religião. Ele vai a cultos da Igreja Batista da Lagoinha, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ao ser perguntado se teve algum medo de perder o que havia conquistado antes do "cancelamento", ele fica um pouco emocionado:

"Eu sei quem eu sou, eu conheço o meu coração. Eu tô bem com Deus, sabe? Papai do céu me conhece e eu sou um cara muito religioso." "Quem me deu foi Papai do Céu e só quem pode me tirar é ele. Se ele falar que vai tirar, ele vai tirar. Então, é só ficar seguro nele e fazer as coisas certas. Eu acho que foi um aprendizado pra gente aprender e não errar mais."

Mas é possível continuar cantando letras maliciosas e indo aos cultos? "É claro que é possível. Dá pra gente dar uma maneirada, fazer as coisas certas. Mas Deus me usa, transforma as pessoas por meio de mim e do funk. Eu não tenho que largar o funk para ir à igreja e vice-versa."*G1— Foto: Divulgação

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