Governo quer aval do Congresso para mais do que dobrar rombo fiscal em 2021.
Brasil
Publicado em 15/04/2020

O governo federal pediu permissão ao Congresso Nacional para mais que dobrar a previsão de rombo nas contas públicas em 2021. Os números constam no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias, apresentado nesta quarta-feira (15).

No texto, a área econômica pede permissão para um déficit primário de R$ 149,6 bilhões em 2021 – o equivalente a 1,86% do Produto Interno Bruto (PIB). Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada em 2019, e que baseou o Orçamento de 2020, a previsão de déficit para 2021 era de R$ 68,5 bilhões. A cifra do novo projeto é 118,4% maior.

O déficit primário indica quanto o governo deve gastar acima da arrecadação do ano, sem contar os gastos com a dívida pública. Para pagar essas despesas acima da renda, a União precisa emitir mais dívida. O secretário de Orçamento Federal, George Soares, informou que o valor para o rombo fiscal de 2021 pode subir mais ainda, pois a atual previsão considera crescimento zero para o PIB deste ano - número defasado. O mercado financeiro já estima um tombo de 2% para a economia neste ano.

"Ano que vem vai ter alterações [na meta], com base na receita, que vai ser reestimada. Se a receita diminuir em R$ 50 bilhões [em 2021 por um crescimento menor do PIB], seria refeita a meta automaticamente. O resultado [negativo] não seria R$ 149 bilhões. Subiria para R$ 200 bilhões de déficit", explicou ele.

As mudanças na meta do ano que vem, segundo o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, serão anunciadas nos próximos meses por meio dos relatórios bimestrais do orçamento, ou até mesmo na proposta orçamentária de 2021 - a ser enviada pelo governo no fim de agosto deste ano ao Congresso.*G1

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