Garota que perdeu casamento após 'doença do cobre' volta a andar e falar.
13/03/2020 09:06 em Brasil

Depois de perder os movimentos, a fala e precisar cancelar o casamento que já estava marcado ao ser diagnosticada com uma doença rara, a jovem Marcely Oliveira, de 19 anos, começa a se recuperar. Para sua mãe, Vilma Oliveira, a melhora da filha é gratificante e o dia a dia desafiador. "Só quem tem essa doença ou convive sabe os desafios", explica. Com uma rotina dividida entre tratamentos em Santos e no Hospital das Clínicas, a moradora de Praia Grande, no litoral de São Paulo, voltou a recuperar seus movimentos e fala depois de vários meses. Isso por conta da Doença de Wilson, que se dá por um acúmulo de cobre no organismo. Em entrevista ao G1, Marcely comemorou a recuperação. "Eu me sinto bem, não estou tão recuperada quanto queria, mas só de poder falar e andar já é uma grande vitória para mim", declara. Sua mãe, a empregada doméstica Vilma Cristina Felipe de Oliveira, de 35 anos, conta que o dia a dia é corrido e que seu tempo é todo dedicado à filha. "De segunda a quinta vamos ao centro de reabilitação às 7h, além das consultas em São Paulo e dos exames mensais. É uma rotina desafiadora", comenta. Vilma também explica que os remédios são muitos e que Marcely precisa tomar sete todos os dias.

Apesar da rotina 'desgastante', Vilma conta que cada passo da recuperação é uma vitória. "Cada noite sem dormir, cada dia sem descanso por acordar de madrugada para irmos nas consultas, vale a pena. Tudo isso por sentir que a minha filha está de pé, falando, andando e com um sorriso que só ela tem”, declara. De acordo com Vilma, falar com outras pessoas portadoras da doença de Wilson é essencial para todo o processo de aceitação e tratamento, já que o comportamento da pessoa muda. Inclusive para entender as recaídas que podem acontecer ao longo do tratamento. "Há 15 dias ela piorou, parece que voltamos ao zero, mas com os cuidados ficou tudo bem. São altos e baixos", complementa a mãe. Para ajudar com os gastos dos tratamentos, a família decidiu continuar com uma ‘vakinha’ online. "São muitas consultas, exames específicos, medicações de alto custo, e bancar tudo isso é uma preocupação a mais", desabafa Vilma.

Para Vilma, contar a história de sua filha serve como inspiração e exemplo, mas também traz a realidade sobre a doença. "É uma luta que só quem vive o dia a dia sabe", comenta. Apesar das dificuldades, a mãe comemora o avanço da filha e comenta que a família tem esperança de uma recuperação muito boa, em que possa até realizar o sonho de casar.*G1— Foto: Arquivo Pessoal

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