Após 50 anos, homem em MG conquista direito de colocar nomes dos pais adotivos em certidão.
Brasil
Publicado em 04/03/2020

Eduardo Gonçalves nasceu em Belo Horizonte e foi criado em Itabirito, na Região Central de Minas Gerais, cercado pelo cuidado da família. Festas de aniversário, viagens e troca de cartas eram comuns entre os que viviam naquela casa. Mais de 50 anos depois, Eduardo conquistou o direito de colocar os nomes dos pais na certidão de nascimento. “Meus pais me adotaram. No meu coração e no coração deles eles eram meus pais. Agora com os nomes na certidão parece que minha vida nunca esteve tão certa”, contou Eduardo, de 56 anos.

Ele era filho da empregada doméstica de parte desta família. Ao nascer, Eduardo foi registrado três anos depois com o nome dela e pai desconhecido. Como a mãe não tinha condições de criá-lo, ele foi acolhido por Clênio Toledo e pela mulher dele, Dione.

Eduardo viveu com o casal e a filha deles como um filho. Sempre participou dos eventos da família e teve os estudos bancados pelo casal. Quando Clênio adoeceu, foi Eduardo que cuidou dele. Após a morte dele, de Dione e da irmã Raquel, uma disputa pelo patrimônio da família o motivou a entrar na Justiça para ter o direito de mudar seus documentos. “Depois que eles faleceram, fui tratado como uma pessoa diferente. Como se não pertencesse àquela família. Foram nove anos de luta na Justiça até eu ter o direito de ter meus pais, meus pais de coração, na minha certidão de nascimento”, contou. De acordo com os advogados Luis Marcelo Inacarato e Danilo Amaral Sebe, era clara a relação afetiva entre Eduardo e o casal Clênio e Dione.

“Ele abandonou a atividade de técnico em agronomia para cuidar do pai. Fica claro nas fotos, nas dedicatórias de livros, nas cartas, a relação de pais e filho que eles tinham. Foi muito emocionante para nós quando a sentença saiu”, contou Danilo.

Para Eduardo, mais que ter este reconhecimento, o documento é uma homenagem a quem o criou. “Agora meu sonho é mudar meu nome para Eduardo Gonçalves Piovezan Toledo. Gonçalves é da minha mãe que me deu a vida, Piovezan é da minha mãe que me adotou e Toledo é do meu pai que me adotou. Depois de 50 anos, agora meu nome vai estar completo”, contou.*G1

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