Justiça determina prisão preventiva de sargento que ejaculou no braço de mulher em ônibus no Rio.
20/02/2020 18:22 em Brasil

A Justiça do Rio de Janeiro determinou a prisão preventiva do Terceiro Sargento da Marinha, José Carlos Vidal Ferreira, de 34 anos, preso nesta quarta-feira após ejacular no braço de uma mulher dentro de ônibus em São Gonçalo, na Região Metropolitana. Na decisão, o juiz Rafael Cavalcanti Cruz ressaltou que o militar "teria esfregado intencionalmente seu quadril no ombro da vítima, encostando e esfregando seu pênis ereto no ombro dela, e teria ejaculado dentro da sua calça", e apontou que o indiciado teria "incapacidade de reger-se de acordo com as regras de civilidade e sociabilidade". Para o juiz, a liberdade dele seria "uma ofensa à ordem pública, assim considerado o sentimento de segurança, prometido constitucionalmente, como garantia dos demais direitos dos cidadãos". José Carlos foi preso em flagrante por por policiais Militares e encaminhado para a Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de São Gonçalo, onde o caso foi registrado. Ele ficou em silêncio durante o depoimento. Ele foi encaminhado para o Presídio da Marinha, onde aguardava pela audiência de custódia que foi realizada nesta tarde. A vítima, Priscila Trindade Rodrigues, de 32 anos, embarcou no coletivo no bairro Itaúna. Segundo ela, todos os assentos estavam ocupados. O homem, porém, ofereceu o lugar onde estava. A partir daí, a violência começou.

— Assim que eu sentei, eu senti que ele havia encostado as partes íntimas no meu braço. No primeiro momento, cheguei até a pensar que poderia ter sido sem querer, por causa do balanço do ônibus. Eu decidi então me afastar e logo depois ele veio ainda mais pra cima de mim e eu senti no meu braço o órgão dele ereto. Foi aí que eu comecei a gritar. Peguei o meu celular para gravar, para ter uma prova, e quando ele se afastou eu vi que a calça estava molhada, ele tinha ejaculado — conta a servidora pública. Segundo a titular da DEAM de São Gonçalo, delegada Débora Ferreira Rodrigues, o militar vai responder pelo crime de importunação sexual, que tem pena de um a cinco anos de prisão. — A fiança só poderia ser aplicada caso a pena fosse de até quatro anos. Por ser militar, ele foi encaminhado para o Presídio da Marinha. Ele decidiu se manifestar apenas em juízo, mas comentou antes do depoimento que foi a primeira vez que fez isso, e descreveu o que aconteceu como um "vacilo" — disse a delegada. Em nota, a Marinha informou que "está instaurando um processo administrativo para apurar os fatos relacionados a acusação de crime por assédio sexual cometido por militar da Força" e reiterou "firme posicionamento contra condutas que afetam a honra e o pudor militar".*G1 Foto: Arquivo Pessoal / Priscila Trindade

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